
O cenário artístico brasileiro está de luto. E que luto grande. Na tarde desta quinta-feira, partiu aos 95 anos uma das figuras mais carismáticas e de risada fácil que já passou pela televisão brasileira. Pedro Farah não era apenas um ator ou um humorista; era um pedaço da infância de milhões de brasileiros, um daqueles rostos familiares que a gente simplesmente associa à alegria.
Quem não se lembra dele? Sua carreira na TV Globo foi marcada por participações especiais que, mesmo breves, eram sempre memoráveis. Farah tinha um timing cômico impecável, umaquelas presenças de cenário que, mesmo sem falar uma palavra, conseguiam arrancar gargalhadas só com um olhar ou um gesto. Um talento raro, daqueles que não se ensina em escola de arte dramática.
O coração simplesmente parou. A causa da morte, segundo fontes próximas à família, foi uma parada cardiorrespiratória. Ele estava em sua casa, no Rio de Janeiro, rodeado por quem amava – um final tranquilo para uma vida que foi tudo, menos monótona. A informação foi confirmada pela TV Globo, emissora para a qual dedicou tantos anos de trabalho e talento.
Parece até injusto resumir uma trajetória de nove décadas e meia em poucas linhas. Para além dos holofotes, conta-se que Farah era um gentleman de outra era, do tipo que sempre tinha uma história interessante para contar e um conselho sábio para dar. Os colegas de profissão o descreviam como uma pessoa generosa, um profissional sem ego e, acima de tudo, um amigo leal.
O Legado de um Mestre do Riso
É difícil mensurar o tamanho do vazio que fica. Artistas como Pedro Farah são como pilares – a gente só percebe o quanto sustentavam quando eles se vão. Sua marca no humor brasileiro é indelével, uma influência silenciosa para gerações de comediantes que cresceram vendo seu trabalho.
Ele não buscava os holofotes principais; muitas vezes, brilhava justamente nos cantos do cenário, roubando a cena com uma naturalidade desconcertante. Essa, talvez, tenha sido sua maior genialidade: saber que, às vezes, menos é mais, e que uma piada sutil pode ecoar muito mais alto que um golpe de efeito.
O velório será restrito à família e amigos próximos, um momento de despedida íntimo para quem deu tantas risadas públicas. A mídia e os fãs respeitam a privacidade dos entes queridos neste momento de dor.
O que sobra? Sobram as lembranças. As reprises na televisão. Os vídeos na internet. O riso que ecoa mesmo depois do fade out. Pedro Farah pode ter partido, mas seu humor, sua graça e seu legado – ah, esse ficará para sempre. Descanse em paz, mestre.