
O Palácio do Planalto amanheceu de luto nesta terça-feira. E não era para menos — o Brasil perdia uma das vozes mais importantes de sua história jornalística. Mino Carta, aos 92 anos, partiu deixando um vazio impossível de medir nas redações e no coração de quem valoriza a imprensa livre.
Lula não disfarçou a comoção. Logo cedo, assim que a notícia chegou, mandou soltar uma nota que mais parecia um abraço apertado. Dizer que estava "profundamente consternado" era pouco. Dá pra ver que a relação deles ia além da política — era de respeito mútuo, daqueles que atravessam décadas.
Três dias para lembrar uma vida inteira
O presidente não pensou duas vezes. Decretou luto oficial por três dias em todo o país. Três dias que, convenhamos, são simbólicos perto dos 92 anos que Mino dedicou à profissão. Mas era o gesto possível — um reconhecimento público do tamanho da perda.
Na nota presidencial, Lula foi direto: "Mino deixa um legado incomparável no jornalismo brasileiro". E como deixa! Fundador da CartaCapital, diretor da Veja nos tempos em que a revista ainda prezava pelo jornalismo... O homem era uma instituição ambulante.
Mais que um jornalista — um formador de opinião
Ah, Mino não era só mais um na multidão. Nascido na Itália, mas brasileiro de carteirinha (e de coração), ele moldou gerações de repórteres. Criticou governos de todos os espectros — do azul ao vermelho — sem medo de ser feliz. Sua pena era afiada, sua opinião, sempre independente.
Lula lembrou bem: "sua trajetória é marcada pelo compromisso com a verdade e a democracia". Num país onde esses dois valores andam tão ameaçados, perder uma voz como a dele dói ainda mais.
O luto oficial — aquele de bandeira a meio-pau e tudo mais — é o mínimo que se podia fazer. Um reconhecimento justo para quem dedicou nove décadas à nobre arte de informar.
O Planalto emitiu a nota, mas a homenagem verdadeira está nas bancas de revista, nas páginas bem escritas, no jornalismo que teima em sobreviver. É ali que Mino vai continuar vivo.