
Era um domingo como outro qualquer nos estúdios da Globo — pelo menos na superfície. Enquanto o Brasil ainda digeria a notícia da morte de Preta Gil, Luciano Huck comandava a gravação do seu programa como se nada tivesse acontecido. Nada de minutos de silêncio, nenhuma homenagem, zero menção à artista que marcou gerações. E a internet? Bom, a internet fez o que faz de melhor: esquentou os dedos no teclado.
Detalhe que deixou muita gente de cabelo em pé: a gravação aconteceu no mesmo dia em que a filha de Gilberto Gil partiu. Enquanto celebridades e fãs desabafavam nas redes, Huck — que já foi chamado de "príncipe da TV" — preferiu seguir o roteiro à risca, com jogos, piadas e aquela animação forçada que todo apresentador de domingão domina.
O silêncio que falou mais alto
Nas arquibancadas, alguns fãs mais antenados até tentaram puxar um "Preta Gil presente!", mas o som não chegou aos ouvidos do público em casa. Já nos bastidores, a produção justificou: "O programa foi gravado antes da confirmação oficial". Só que tem um probleminha nessa história — as primeiras notícias sobre o estado grave da cantora circularam horas antes das gravações.
Nas redes sociais, o papo foi outro:
- "Cadê a sensibilidade que estava aqui?" — @mariafernanda
- "Até o Faustão parava o programa quando um artista morria" — @carloseduardo82
- "Dinheiro fala mais alto que luto, né?" — @jornalistaindignado
E não é que até os memes entraram na jogada? Um tuíte viral mostrou Huck sorrindo ao lado de uma montagem com Preta Gil no céu — a legenda? "Quando o rating importa mais que humanidade". Cruel? Talvez. Mas a indignação parecia genuína.
A Globo se explica (ou tenta)
Procurada, a emissora soltou aquele comunicado padrão — sabe aqueles que explicam sem explicar nada? — dizendo que "respeita profundamente o legado de Preta Gil" e que homenagens seriam feitas "no momento apropriado". Enquanto isso, no domingo seguinte, Faustão — sim, o velho guerreiro — fez questão de dedicar minutos emocionantes à cantora no seu novo programa. Coincidência? A gente deixa pra você decidir.
O que fica é a pergunta: num país que para quando um ícone da cultura parte, até onde vai o limite entre entretenimento e respeito? Luciano Huck — que já foi acusado de ser "artificial" outras vezes — parece ter escolhido seu lado. E o público, bem... o público não esquece tão cedo.