
Quem pensa que o Rio de Janeiro se resume a praias e paisagens deslumbrantes precisa conhecer seu lado sacro. Espalhadas pela cidade, igrejas centenárias guardam histórias que vão muito além da fé — são testemunhas oculares de coroações imperiais, alvos de bombardeios e até refúgios em tempos de guerra.
Ouro e glória
A Capela Dourada, no centro da cidade, é desses lugares que deixam a gente de queixo caído. Revestida a ouro — e não é exagero —, foi palco da coroação de Dom Pedro I. Dizem que na época roubaram até as folhas de ouro das paredes durante uma rebelião. Hoje, restaurada, brilha como nos tempos do Império.
Sobreviventes de guerra
Já a Igreja da Candelária, além de sua arquitetura neoclássica deslumbrante, carrega as marcas de balas da Revolta da Armada em 1893. "Parece que o tempo congelou ali", comenta um guia local. Os furos no mármore? São como cicatrizes que contam histórias.
Outra que resistiu ao tempo:
- Mosteiro de São Bento - Com missas cantadas em gregoriano, parece transportar a gente direto para a Idade Média
- Igreja N.S. do Carmo - Onde a família real portuguesa rezava quando fugiu para o Brasil
- Igreja da Glória do Outeiro - Com vista privilegiada da Baía de Guanabara, era ponto estratégico militar
Visitas que valem a pena
O melhor? Todas estão abertas à visitação. Algumas cobram ingresso simbólico, outras aceitam doações — mas o valor histórico? Esse é inestimável. "A gente se sente pequeno diante de tanta história", reflete uma visitante enquanto admira os azulejos portugueses na Igreja de São Francisco da Penitência.
Dica quente: visite durante as missas para ouvir os órgãos de tubo originais em funcionamento. É de arrepiar!