
Era um garoto como qualquer outro — vidrado em computadores, fã de videogames e com uma paixão inexplicável por pizza. Mas Carlo Acutis, que morreu aos 15 anos em 2006, acabou de se tornar o primeiro santo oficialmente reconhecido da geração millennial. Sim, você leu direito: um santo que poderia ter sido seu colega de escola.
O Vaticano fez o anúncio histórico nesta quinta-feira (5), num daqueles momentos que fazem você pensar: "como assim?". O papa Francisco autorizou o decreto que canoniza o jovem italiano, reconhecendo um segundo milagre atribuído à sua intercessão — coisa séria, mesmo para os padrões da Santa Sé.
Uma vida comum, uma fé extraordinária
O que mais choca na história de Carlo é justamente sua... normalidade. Nada daquela aura distante dos santos de antigamente. Ele jogava futebol, adorava animais e, pasmem, era um programador nato. Mas aqui vai o twist: usava seus talentos digitais para criar sites sobre milagres eucarísticos. Sim, o garoto era basicamente um influencer católico antes mesmo dessa palavra existir.
"Era um jovem alegre, despretensioso, apaixonado pela Eucaristia" — contou uma freira que o conheceu, ainda impressionada com como alguém tão novo conseguia ter uma fé tão madura. Mas Carlo não era nenhum fanático isolado: tinha amigos, ria muito e defendia que a santidade é para todos, não apenas para uns poucos iluminados.
O milagre que fez história
Tudo gira em torno de um caso médico inexplicável na Costa Rica. Uma universitária sofria um trauma craniano grave após cair de uma bicicleta — os médicos já não tinham esperanças. A família rezou para Carlo Acutis, e eis que a jovem se recupera de forma milagrosa, deixando os especialistas de queixo caído.
O Vaticano investigou o caso a fundo (e eles são rigorosos nessas coisas) e concluíram: não há explicação científica possível. Foi o segundo milagre atribuído a Carlo, abrindo caminho para a canonização.
O santo da era digital
O que Carlo Acutis representa vai muito além da religião. Ele é um símbolo de como a espiritualidade pode dialogar com o mundo moderno — um garoto que navegava entre missas e memes, entre orações e linhas de código.
Seu corpo, vestindo tênis e jeans, está exposto num santuário em Assis. Os jovens peregrinos se identificam: finalmente um santo que parece um deles. Não é sobre perfeição, mas sobre encontrar o extraordinário no cotidiano.
Num mundo tão dividido e complexo, a história de Carlo lembra que heroísmo pode vir em embalagens surpreendentes — até mesmo num adolescente com laptop e sonhos grandes.