
Era pra ser uma celebração e tanto, né? O feriado de 7 de setembro, aquele dia que a gente lembra da independência – ou pelo menos tira um dia de folga – e o The Town, o tal do maior festival de música do Brasil, rolando em São Paulo. Só que tinha uma coisinha… ou melhor, a falta de uma coisinha que não passou batida.
Andando pelos corredores do Interlagos, era mais fácil encontrar uma bandeira de um time de fórum do que o nosso verde e amarelo. Sério! O símbolo máximo da pátria, aquele paninho que a gente tanto discute, simplesmente decidiu dar uma de ausente na própria festa de aniversário do país.
Um mar de estampas, menos a nossa
O correspondente da VEJA, um sujeito com olho clínico para esses detalhes, fez a ronda. E o que ele viu? Um festival de bandeiras, mas de todo lugar menos daqui. Tinha bandeira de estado, de artista, de universo fictício… Agora, a do Brasil? Coisa rara, viu. Dá pra contar nos dedos de uma mão – e ainda sobram dedos.
Não é que a galera não estava animada, pelo contrário! O povo estava lá, cantando, pulando, se espremendo para ver Mariah Carey e Post Malone. Mas aquele símbolo que, em teoria, deveria estar estampado em todo lugar num dia como aquele, resolveu fazer greve.
E daí? O que significa isso?
Bom, aí é que tá. A gente pode ficar horas filosofando sobre o que isso diz sobre a gente, sobre o país, sobre essa tal de identidade nacional. Será que a bandeira perdeu o significado? Será que a galera só não quis carregar peso? Ou será – e essa é a minha leitura – que a gente tá vivendo um momento meio esquisito com o símbolo nacional?
Nos últimos anos, a bandeira foi sequestrada por certos grupos, por certos discursos. E talvez, só talvez, a galera no festival preferiu não se associar a nada disso. Escolheu celebrar a música, a arte, o momento, sem carregar o peso de um simbolismo pesado e, às vezes, divisionista.
É estranho, não é? Num dia que era pra ser de união, o símbolo que deveria representar justamente isso ficou de fora da festa. Fica a pulga atrás da orelha.