Valentina Ferreira: Da faixa roxa ao sonho da preta — a trajetória da lutadora catarinense rumo aos EUA
Valentina Ferreira: do tatame catarinense aos EUA

Ela começou quase por acaso, mas hoje respira jiu-jitsu. Valentina Ferreira, aquela menina que um dia tropeçou numa academia de Santa Catarina, agora está a um passo de realizar um sonho que parece saído de filme — competir nos Estados Unidos e, quem sabe, trazer no retorno aquela tão desejada faixa preta.

Não foi fácil. Treinos às 5h da manhã, dores que viraram companheiras, derrotas que doeram mais que quedas no tatame. Mas Valentina — ou "Val", como os amigos chamam — tem aquela mistura rara de disciplina e paixão que faz diferença. "Quando você ama, o cansaço vira combustível", solta ela, entre um golpe e outro.

O torneio que pode mudar tudo

O convite veio como um daqueles presentes que a gente nem espera. Um campeonato em solo americano, com os melhores do mundo. "Parece mentira", confessa Valentina, ajustando o kimono. "Mas é a chance que eu precisava."

Os preparativos? Intensos como nunca. Além dos treinos físicos — que já deixaram mais de um parceiro de luta sem ar —, a catarinense mergulhou em estudos táticos. "Cada adversário é um quebra-cabeça", analisa, com a seriedade de quem já virou a noite assistindo vídeos de possíveis oponentes.

O peso (e a leveza) da faixa preta

Quem acompanha de perto sabe: Valentina fala da faixa preta com um brilho nos olhos que contagia. Não é só sobre a cor — é sobre o que ela representa. "É como se fosse a confirmação de tudo que acreditei até aqui", reflete, enquanto enrola a faixa roxa (atual) com um cuidado quase cerimonial.

Os mestres já sinalizam: falta pouco. Mas a própria atleta prefere não criar expectativas. "Vou focar no agora. O resto... o resto vem no tempo certo", filosofa, entre um gole de água e um alongamento.

Enquanto isso, Santa Catarina torce. A menina que começou por acaso agora carrega nas costas — e nas mãos calejadas — os sonhos de uma geração que vê no esporte muito mais que medalhas.