Fauja Singh, o lendário maratonista centenário, deixa um legado de superação
Morre Fauja Singh, o maratonista centenário

O mundo do atletismo perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas. Fauja Singh, o indiano-britânico que entrou para a história como o maratonista mais velho do mundo, faleceu aos 113 anos — e olha que ele só começou a correr aos 89! Parece piada, mas é pura verdade.

Nascido em 1911 (sim, você leu certo), esse senhor de turbante e sorriso fácil virou lenda viva ao completar nada menos que oito maratonas. A primeira delas? Aos 92 anos! "Correr me mantém jovem", costumava dizer, com aquela sabedoria típica de quem já viu o mundo dar voltas demais.

De fazendeiro a fenômeno das pistas

Da Índia rural para as ruas de Londres, a trajetória de Singh é daquelas que daria um filme. Começou como fazendeiro no Punjab, passou pela dor de perder a esposa e um filho, e só descobriu o running quase aos 90 — quando a maioria já está pensando em descanso eterno.

Seu segredo? Uma combinação bizarra de:

  • Chá de gengibre feito na hora
  • Rotina matinal de alongamentos que desafiavam a física
  • E aquela teimosia típica de quem não aceita o "não" como resposta

Em 2003, entrou para o Guinness ao terminar a maratona de Toronto em 5h40 — recorde para sua faixa etária (que, convenhamos, nem deveria existir). No ano seguinte, repetiu o feito em Londres, sob chuva e vento, provando que idade é só número.

"Turbanator": o herói improvável

Nas ruas de Londres, onde morava, virou celebridade. As crianças adoravam o "Turbanator" (apelido carinhoso por causa do turbante sikh). Jornalistas brigavam por entrevistas com esse senhor que desafiava todos os conceitos sobre envelhecimento.

"Meus médicos dizem que eu devia estar morto", confessou certa vez, rindo. "Mas meus pés dizem o contrário." Filosofia simples, direta — e impossível de contestar.

Nos últimos anos, já não corria maratonas, mas mantinha caminhadas diárias de 10km. Dez quilômetros! Enquanto isso, eu aqui reclamando de subir escadas...

Legado que ultrapassa a linha de chegada

Singh não quebrou apenas recordes — quebrou paradigmas. Mostrou que limites muitas vezes existem só na nossa cabeça. Virou símbolo para:

  1. Atletas masters que pensavam em desistir
  2. Jovens que reclamam de "estar velhos" aos 30
  3. Qualquer um que precise de um empurrão para sair do sofá

Sua morte, embora esperada pela idade avançada, deixou o esporte de luto. Mas como ele mesmo diria: "Não chore porque acabou, sorria porque aconteceu". E que história aconteceu!

PS: Se você está lendo isso no celular, deitado, talvez seja hora de repensar suas escolhas. Fica a dica.