
Eis que a poeira ainda não baixou dos últimos acontecimentos na cena cultural paraibana quando Anderson Neiff resolveu botar a boca no trombone. O cantor, conhecido por suas letras afiadas, não poupou críticas ao cancelamento do seu show em João Pessoa - marcado para este final de semana.
"Achei de uma injustiça sem tamanho", disparou o artista, com aquela cara de quem engoliu um limão inteiro. O motivo? A prefeitura resolveu cortar na carne após um trágico incidente num evento parecido semana passada, onde uma pessoa perdeu a vida.
O pulo do gato que ninguém viu
Neiff, que já rodou o Brasil inteiro com seu violão, argumenta com a experiência de quem conhece o meio: "Cancelar tudo é como jogar o bebê fora junto com a água do banho". Segundo ele, o problema não está nos eventos em si, mas na forma como são organizados.
E olha que o cara tem um ponto - quem nunca viu aquela bagunça em shows onde a organização parece ter sido feita às pressas? O artista sugere, com razão, que o caminho seria investir em:
- Estrutura adequada
- Contingentes de segurança
- Plano de emergência
- Capacitação de equipes
Mas parece que o governo local preferiu a saída mais fácil - aquela velha história de "antes prevenir do que remediar", só que no sentido mais burocrático possível.
Entre a cruz e a espada
Do outro lado do balcão, a prefeitura se defende dizendo que a medida foi preventiva. Afinal, depois da comoção pública com a tragédia recente, ficaria feio fingir que está tudo normal. Mas será que esse é mesmo o caminho?
Enquanto isso, os fãs - aqueles que sempre pagam o pato - ficam no prejuízo. Muitos já tinham comprado ingressos, reservado hotel, até marcado viagem de família. "É como se preparar pra festa e descobrir que cancelaram o aniversário", lamentou uma fã nas redes sociais.
O que fica claro é que essa história ainda vai dar pano pra manga. Enquanto artistas e poder público não sentarem pra conversar de verdade - e não só quando a casa cai - a cena cultural continua nesse vai-e-vem de decisões precipitadas e arrependimentos tardios.