
Quem nunca ficou perdido tentando decifrar os mistérios de Twin Peaks que atire a primeira pedra. Kyle MacLachlan, o icônico agente Dale Cooper, assume sem rodeios: "Eu nem tento entender". E olha que ele esteve lá desde o início, em 1990, mergulhando nas camadas surrealistas criadas por David Lynch.
"É como tentar explicar um sonho", compara o ator, com aquela risada característica que já conhecemos. "Você acorda com aquela sensação forte, mas quando tenta colocar em palavras..." Bem, aí a coisa complica.
O fenômeno que resiste ao tempo
Três décadas depois, a série continua despertando paixões — e confusões. MacLachlan parece genuinamente surpreso com o legado duradouro. "As pessoas ainda me param na rua para falar sobre aquele episódio específico ou personagem obscuro", conta, balançando a cabeça.
E como ele lida com as teorias mirabolantes dos fãs? "Ah, eu só escuto e aceno com a cabeça", diverte-se. "Às vezes saio da conversa mais confuso do que entrei."
O método (ou falta dele) de atuação
Para quem espera profundas análises sobre construção de personagem, o ator desaponta: "Lynch não é muito de dar instruções verbais. Um olhar, um gesto... você tem que captar as pistas". Parece exaustivo? "É, mas também libertador", reflete.
Curiosamente, MacLachlan revela que nunca assistiu à série completa. "Sei que devia, mas..." A voz some, deixando a frase inconclusa. Quase poético, considerando o tema.
O futuro do universo Twin Peaks
Sobre uma possível continuação, o ator mantém o mistério: "Com Lynch, nunca se sabe". E arremata com uma risada que sugere tanto conhecimento quanto perplexidade. Típico.
No fim, talvez seja essa a lição: algumas coisas — como a série e essa entrevista — são para ser sentidas, não compreendidas. E tudo bem assim.