
Numa jogada que promete sacudir as estruturas da comunicação oficial, o governo federal acaba de botar o pé na porta com um novo comitê. E olha só o recado: é pra valer. A ideia? Transformar radicalmente como o poder público fala com a população – especialmente aquela que sempre ficou de escanteio.
Não é só discurso bonito não. O tal Comitê de Diversidade na Comunicação Pública veio pra ficar, com orçamento próprio e metas duras. Querem mudar da água pro vinho como as campanhas governamentais são feitas, quem aparece nelas e, principalmente, quem decide tudo isso.
O que muda na prática?
Se você já cansou de ver sempre os mesmos perfis dominando os comerciais oficiais, respira aliviado. A parada agora é:
- Garantir que negros, indígenas e outros grupos sub-representados apareçam de verdade – e não só como figurantes
- Treinar servidores pra evitar aqueles vacilos racistas que todo mundo conhece
- Criar mecanismos de fiscalização que não sejam só pra inglês ver
E tem mais. O plano inclui até "descolonizar" a linguagem das propagandas oficiais. Traduzindo: nada daqueles termos técnicos que só servem pra afastar o cidadão comum.
Por que isso importa?
Num país onde mais da metade da população se declara preta ou parda, mas raramente se vê representada nos meios oficiais, a iniciativa chega atrasada – mas nem por isso menos importante. É como se o governo finalmente estivesse tirando a venda dos olhos.
"A comunicação pública precisa espelhar o Brasil real, não um Brasil de cartão postal", disparou uma das coordenadoras do projeto, em entrevista coletiva cheia de energia. E olha que ela nem usou termos burocráticos – sinal de que a coisa tá séria mesmo.
Claro, tem quem torça o nariz. Alguns críticos já murmuram sobre "gastos desnecessários" e "mimimi identitário". Mas aí a gente pergunta: será mesmo que igualdade e representatividade são luxo? Ou direito básico?
Enquanto isso, nas redes sociais, a notícia já rende memes e debates acalorados. Parece que, querendo ou não, o governo acertou em cheio num ponto sensível da nossa sociedade. Agora é torcer pra não ficar só no papel bonito.