
Não é todo dia que a gente vê história e resistência ganharem paredes próprias. Em Belém, desde esta quarta (17), quem passar pelo centro vai se deparar com algo inédito: o primeiro museu permanente do país dedicado a Tuire Kayapó – aquela mulher que, com um cocar e um olhar firme, virou sinônimo de luta pela floresta.
O lugar é pequeno, mas a ideia é grande. Mistura fotos antigas (algumas até meio amareladas pelo tempo), objetos pessoais e – o mais legal – vídeos onde ela fala com aquela voz calma que escondia uma força danada. Tem até um cocar emprestado pela família, cheio de histórias pra contar.
Por que Tuire?
Se você não sabe quem foi, aí é que está o pulo do gato. Tuire não era só mais uma liderança indígena. Era daquelas pessoas que conseguiam explicar pro mundo inteiro, sem gritar, por que a Amazônia vale mais em pé. Virou até meme uma vez, lembra? Quando encarou um político e disse: "Meu povo não come dinheiro".
O curador da mostra, um cara que trabalhou anos com povos originários, me contou que o difícil foi escolher o que não botar. "Tem história que a gente só descobriu pesquisando. Como aquela vez que ela atravessou o rio de noite pra impedir um desmatamento", diz, orgulhoso.
Detalhes que emocionam
- Mapa interativo mostra todas as aldeias por onde Tuire passou
- Áudio original da sua fala na ONU em 2019
- Cadernos manuscritos com desenhos de plantas medicinais
E tem um cantinho – vou confessar que me pegou – com mensagens deixadas por crianças. Uma delas diz: "Quero ser corajosa como ela". Arrepia, né?
Funciona de terça a domingo, das 9h às 17h. A entrada? De graça. Porque, como dizia Tuire, "cultura não tem preço". Só não espere algo super high-tech – o charme tá justamente na simplicidade, no que parece feito à mão.