Aos 92 anos, faleceu a renomada arqueóloga Niède Guidon, uma das maiores especialistas em pinturas rupestres do mundo e guardiã do Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí. Sua morte foi confirmada nesta quarta-feira (5), deixando um legado inestimável para a cultura e a ciência brasileira.
Nascida em Jaú, São Paulo, Niède dedicou mais de 50 anos de sua vida à pesquisa e preservação dos sítios arqueológicos da região, que abrigam alguns dos registros mais antigos da presença humana nas Américas. Sua luta incansável pela conservação do local rendeu-lhe reconhecimento internacional.
Uma vida dedicada à arqueologia
Formada em história natural pela USP e com doutorado na Sorbonne, Niède Guidon foi responsável por revolucionar o entendimento sobre o povoamento das Américas. Suas pesquisas na Serra da Capivara sugerem que a ocupação humana no continente pode ter ocorrido há mais de 30 mil anos.
O legado na Serra da Capivara
Entre suas principais conquistas está a criação do Museu do Homem Americano e a fundação da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM), instituição que até hoje protege e estuda o patrimônio arqueológico da região. Graças aos seus esforços, o parque foi declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO em 1991.
Niède deixa não apenas importantes descobertas científicas, mas também um modelo de preservação cultural que inspira novas gerações de pesquisadores. Sua ausência será profundamente sentida, mas seu trabalho continuará vivo através das instituições que fundou e dos milhares de estudos que possibilitou.
