
Parece piada, mas não é. Uma banana colada na parede com fita adesiva foi vendida por US$ 120 mil na feira Art Basel Miami - e depois avaliada em US$ 6 milhões no mercado secundário. O que diabos está acontecendo aqui?
O culpado? Maurizio Cattelan, o artista italiano conhecido por suas provocações. Em 2019, ele pregou uma peça no mundo da arte com "Comedian" - sim, esse é o nome pomposo da banana grudada na parede.
Não é só uma banana
Ou melhor, até é. Mas o que importa mesmo é o conceito por trás. Cattelan sempre foi o bad boy da arte contemporânea - lembra do vaso sanitário de ouro que foi roubado? Pois é, o mesmo cara.
"A genialidade está justamente na simplicidade", explica a curadora Luiza Quintão, enquanto toma um café expresso. "Ele pega um objeto banal e nos força a questionar: o que realmente dá valor a uma obra de arte?"
- Primeira venda: US$ 120 mil (sim, com certificado de autenticidade)
- Valor posterior: US$ 6 milhões no mercado paralelo
- Número de edições: 3 (mais 2 cópias do artista)
Ah, detalhe: a banana apodrece. Os compradores recebem instruções para... trocar a fruta quando necessário. Sério mesmo.
O escândalo que virou fenômeno
Lembra quando um "artista" comeu a banana durante a exposição? A performance "Hungry Artist" de David Datuna virou viral e - adivinhe - aumentou ainda mais o valor da obra.
"Isso diz muito sobre nosso tempo", reflete o crítico de arte Marcos Lontra. "Vivemos a era do espetáculo, onde o escândalo vira valor artístico."
Enquanto isso, nas redes sociais:
- Memes infinitos comparando a obras de crianças
- Debates acalorados sobre "o que é arte"
- Inúmeros tentando replicar em casa (e falhando miseravelmente)
No fundo, Cattelan conseguiu o que queria: fazer todo mundo - de especialistas a leigos - discutir arte. E isso, convenhamos, não tem preço. Ou tem: US$ 6 milhões, aparentemente.