
E então chegou a hora. Depois de mais de uma década assombrando nossas telas e pesadelos, Invocacao do Mal 4: O Último Ritual finalmente coloca um ponto final — ou seria uma cruz? — na famosa franquia inspirada nos casos reais dos investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren.
E que final! Dirigido por Michael Chaves, o mesmo de A Freira 2, o longa não se contenta em ser apenas mais um capítulo. Ele é uma despedida. Uma daquelas que mistura alívio e uma pontada de saudade — algo que raramente se vê no cinema de horror hoje em dia.
Não é Só Susto, é Coração
Logo de cara, o filme joga pesado na nostalgia. Quem acompanhou a jornada desde o primeiro, em 2013, vai sentir um frio na espinha — e não só pelos fantasmas. Ver Patrick Wilson e Vera Farmiga vestindo novamente a pele dos Warrens pela última vez é… comovente. Eles trouxeram uma humanidade rara aos personagens, e aqui isso brilha mais que nunca.
O plot? Sem spoilers, é claro. Mas a tência gira em torno de um último caso, obviamente o mais perigoso de todos, que força o casal a encarar demônios do passado — e não só os sobrenaturais. Tem trauma, tem conflito marital, tem aquele medo constante de que tudo pode desmoronar a qualquer segundo.
O Equilíbrio Quase Perfeito
Chaves acerta onde muitos errariam. Em vez de apostar tudo em jumpscares baratos (ok, tem alguns, e são bons), ele constrói a tensão de forma orgânica. A câmera passeia por corredores escuros, a trilha sonora arrepiante de Joseph Bishara entra sem aviso, e você se pega segurando a respiração sem perceber.
Mas o que realmente impressiona é como o filme não tem medo de ser lento quando precisa. Há momentos de puro silêncio, de diálogo cru, onde a química entre Wilson e Farmiga simplesmente domina a tela. É raro um filme de terror te fazer chorar e gritar no mesmo ato — este consegue.
- Atuações de classe: Wilson está no seu ápice, e Farmiga? Simplesmente perfeita.
- Roteiro inteligente: Previsível? Às vezes. Eficiente? Sempre.
- Fechamento emocionante: Quem é fã vai precisar de lenços. Sério.
Não é um filme perfeito — talvez dependa um pouco demais do conhecimento dos filmes anteriores para gerar impacto total. Mas como capítulo final, funciona brilhantemente. É uma homenagem aos fãs, aos personagens e ao próprio género.
Vai fazer falta, Invocação do Mal. Pelo menos você foi embora com estilo — e nos deixou de cabelo em pé até o último segundo.