Vamos combinar uma coisa: terror de verdade não é sobre susto fácil com barulho alto. É sobre aquela sensação que fica te acompanhando até no caminho de volta para casa, no escuro. E é exatamente nisso que Invoção do Mal 4: O Último Ritual acerta com uma precisão assustadora.
O que os irmãos Warren fizeram dessa vez? Bom, não vou estragar a surpresa, mas posso adiantar que a história mergulha em territórios ainda mais sombrios do que os anteriores. E olha que já vimos cada coisa nessa franquia...
O Medo Que Mora Nos Detalhes
O diretor Michael Chaves – sim, o mesmo de A Freira 2 – parece ter entendido perfeitamente que o verdadeiro horror mora nas entrelinhas. São aqueles pequenos detalhes quase imperceptíveis que, de repente, fazem seu cérebro gritar "alguma coisa está muito errada aqui".
Uma porta entreaberta onde não deveria ter porta. Um sussurro que quase não se ouve, mas que fica ecoando. É esse tipo de construção atmosférica que torna a experiência tão visceral.
Quando a Ficção Encontra a "Realidade"
Ah, e tem aquela coisa que sempre deu certo nessa franquia: a maldita sensação de que "isso pode ser real". Baseado nos arquivos dos Warrens – que muita gente jura de pé junto que são verdadeiros – o filme mexe com aquela pulga atrás da orelha que todo mundo tem: será que existem mesmo coisas que a ciência não explica?
Dessa vez, a trama envolve um ritual que supostamente pode abrir portais para dimensões que... bem, melhor nem saber direito. Às vezes a ignorância é uma bênção, não é mesmo?
O Elenco Que Entrega a Alma
Taissa Farmiga de volta como Judy Warren é simplesmente perfeita. Tem aquela mistura de vulnerabilidade e coragem que faz você torcer por ela enquanto segura a respiração. E Patrick Wilson? O homem virou sinônimo de cético que acaba tendo que engolir seco diante do inexplicável.
Mas a verdadeira estrela pode ser a fotografia. As cores escuras, os enquadramentos claustrofóbicos, aquela sensação de que algo pode pular da escuridão a qualquer momento... é de arrepiar até os mais corajosos.
Vale a Pena o Medo?
Se você é fã de terror que vai além do sangue e gritaria, provavelmente vai sair do cinema bastante satisfeito. É daqueles filmes que ficam martelando na sua cabeça horas depois que as luzes se acendem.
Mas se você espera apenas sustos baratos... talvez repense. Aqui o terror é construído com paciência de ourives – lento, metódico e absolutamente eficaz.
No final das contas, O Último Ritual prova que mesmo na quarta edição, essa franquia ainda sabe como cutucar nossos medos mais primitivos. E talvez seja exatamente isso que faça a gente voltar para mais – mesmo sabendo que provavelmente vamos ter pesadelos depois.
Afinal, quem não gosta de ter um pouco de medo do conforto da sua poltrona?
