
Ninguém imaginaria que a estrela global Preta Gil carregava essa cicatriz da infância. Aos 49 anos, a artista baiana resolveu desabafar sobre um episódio que quase a fez repetir de ano — e o motivo vai te surpreender.
"Eu falava 'nós vai' e levava bronca. Meus professores diziam que eu era burra", revela a cantora, com a voz ainda carregada de mágoa. Na Salvador dos anos 80, o sotaque carregado e a gramática natural do povo viraram motivo de humilhação.
O peso do 'certo' e do 'errado'
Ela lembra: "Minha mãe (a lendária Gilberto Gil) sempre defendeu nossa cultura, mas na escola era outra história". Acontece que a pequena Preta quase rodou em português — ironia cruel pra filha de um dos maiores poetas da MPB.
Três décadas depois, a ferida ainda dói:
- Professores corrigiam sua fala com caneta vermelha
- Colegas de classe riam quando ela dizia "os menino"
- Até as redações eram marcadas como "erradas", mesmo contando histórias incríveis
"Hoje entendo que língua é viva, mas na época foi traumático", confessa.
Virada de chave
O que salvou Preta? Uma professora de literatura que valorizou sua voz autêntica. "Ela disse: 'Seu jeito de falar é cultura, não erro'". Foi o empurrão que faltava.
Daquela sala de aula em Salvador até os palcos do mundo, a artista levou uma lição: "Gramática normativa é importante, mas não pode apagar identidades". E arremata, com seu sotaque inconfundível: "Agora canto meus 'nós vai' com orgulho!".