IPHAN arquiva pedido de tombamento do Complexo Beira-Rio em Piracicaba — entenda a polêmica
IPHAN arquiva tombamento do Complexo Beira-Rio em Piracicaba

E aí, Piracicaba? A notícia não é das melhores para quem lutava para preservar aquele pedaço da história da cidade. O IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – simplesmente engavetou o pedido de tombamento do Complexo Beira-Rio. Sim, aquele conjunto de prédios da Boyes que virou tema de tanta discussão.

Pois é. O movimento que tentava evitar a demolição a todo custo levou um não do instituto. E os motivos? Eles alegam que o processo estava cheio de falhas técnicas. Uma verdadeira bagunça documental, segundo eles.

O que exatamente o IPHAN alegou?

O relatório técnico do instituto foi direto ao ponto. O pedido de tombamento, feito às pressas pelo movimento popular, não seguiu os trâmites legais direito. Faltou embasamento histórico robusto, laudos técnicos detalhados – aquela papelada toda que costuma dar trabalho, mas é essencial.

Eles foram claros: a decisão não significa que os prédios não tenham valor algum. Mas, pelo amor de Deus, o processo tem que ser feito direito. Não dá pra sair tombando qualquer coisa por impulso, não é mesmo? A lei exige critérios, e eles não foram atendidos.

E agora, o que acontece com os prédios?

Bom, com o arquivamento do processo, a bola volta para a quadra da prefeitura e dos proprietários. A demolição, que estava com um pé atrás por causa da pendência no IPHAN, agora pode – pelo menos tecnicamente – seguir em frente.

Mas calma lá. A cidade inteira estava de olho nisso. Será que vão simplesmente derrubar tudo e pronto? A pressão popular ainda é grande, e o tema virou uma questão de identidade para muitos piracicabanos.

O imbróglio todo começou com um projeto de revitalização da área, que previa, pasmem, a demolição total dos antigos armazéns para dar lugar a algo novo. Aí o povo se revoltou. Criou um movimento, fez barulho nas redes sociais, e partiu para o pedido de tombamento de emergência.

Só que na correria, parece que a petição ficou capenga. Não convenceu os técnicos. Um verdadeiro tiro pela culatra.

E o movimento, como reagiu?

Até agora, silêncio absoluto dos líderes da campanha. Imagino que estejam digerindo a frustração. É um baque e tanto, afinal. Colocaram todas as esperanças nesse processo, e ele ruiu por questões burocráticas.

Resta saber se vão desistir ou se vão juntar os cacos e tentar de novo, dessa vez fazendo tudo direitinho. Porque, convenhamos, a batalha judicial ainda pode esquentar muito.

No fim das contas, a história nos ensina uma lição chata, porém valiosa: de nada adianta a paixão pela preservação se você não conversar com a burocracia. Ela é soberana.