
Era por volta das 23h de sexta-feira quando o silêncio da noite em Uberlândia foi quebrado por gritos de socorro. Na Avenida João Naves de Ávila — uma das mais movimentadas da cidade —, um motociclista jazia no asfalto, ensanguentado. Testemunhas afirmam que o homem, ainda não identificado, tentou se arrastar para longe do local antes de perder os sentidos.
"Parecia um filme de terror", contou um comerciante que preferiu não se identificar. "Ele estava com a camisa toda rasgada e fazia aquele barulho estranho, como se estivesse engasgando com o próprio sangue."
O socorro que chegou tarde
O SAMU chegou em menos de 10 minutos — tempo recorde para a região — mas já era tarde demais. Segundo os paramédicos, o motociclista apresentava múltiplos ferimentos por arma branca no tórax e abdômen. "Um dos golpes atingiu algo vital", comentou um dos socorristas, visivelmente abalado. "Nesses casos, até com atendimento imediato as chances são mínimas."
A cena era tão caótica que até os policiais que chegaram depois pareciam estar em choque. Dois jovens que passavam de carro foram os primeiros a prestar socorro, mas confessaram que não viram nada suspeito antes do ocorrido. "A gente só ouviu um barulho de moto caindo e quando chegamos perto..." — a voz do rapaz, de cerca de 20 anos, sumiu por alguns segundos — "...era pior do que a gente imaginava."
Investigações em andamento
A Delegacia de Homicídios já abriu inquérito para apurar o caso. Os investigadores trabalham com duas hipóteses principais: latrocínio (roubo seguido de morte) ou acerto de contas. O que intriga é que a motocicleta da vítima — uma Honda CG 160 — estava intacta e com a chave ainda na ignição.
- Nenhum objeto de valor foi levado
- A vítima não portava documentos
- Câmeras de segurança da região serão analisadas
"Tem algo muito errado nessa história", murmurou um detetive veterano enquanto examinava a cena. "Ou foi um crime muito bem planejado, ou foi algo completamente impulsivo — e nenhuma das opções faz sentido completo ainda."
Enquanto isso, moradores da região estão assustados. "Isso aqui sempre foi tranquilo", disse Dona Marta, que vive há 30 anos no bairro. "Agora vou pensar duas vezes antes de sair à noite."