
Era pra ser um dia de festa no Acre. Cavalos reluzentes, música alta e aquela energia típica dos eventos de rodeio — mas tudo virou pesadelo num piscar de olhos. A bióloga Maria Fernanda (nome fictício para preservar a família), 34 anos, teve a garganta cortada por uma linha com cerol durante o tradicional concurso da Rainha do Rodeio. O marido, ainda em choque, não consegue entender como algo tão banal virou arma mortal.
"Ela tava só tirando foto perto da cerca, sabe? Do nada... aquele fio quase invisível..." — a voz dele trava, como se as palavras queimassem na garganta. Testemunhas dizem que a vítima nem percebeu o perigo antes de cair, ensanguentada, no meio da cavalgada que viraria cena de crime.
Cerol: diversão que vira risco
Todo mundo conhece — aquelas linhas com vidro moído que pipoqueiro usa pra cortar pipa alheia. Inofensivo? Nada. No ano passado, só em SP, 47 pessoas foram hospitalizadas por acidentes similares. Mas no Acre, onde eventos equestres são tradição, ninguém imaginava que...
- Falta de fiscalização: ninguém vistoriou as linhas antes do evento
- Turismo vs segurança: cavalgadas atraem turistas, mas protocolos falham
- Vazio legal: cerol não é proibido no estado, apenas "desencorajado"
O delegado responsável pelo caso (que pediu pra não ser identificado) soltou uma frase que diz tudo: "Isso aqui não foi acidente, foi negligência vestida de festa".
Além da tragédia: o que muda agora?
Enquanto a família prepara o enterro — ironicamente no mesmo dia em que Maria faria aniversário —, o debate esquenta. A prefeitura promete "revisar protocolos", mas todo mundo sabe como essas promessas costumam acabar. Nas redes, vizinhos fazem vaquinha pra ajudar o viúvo, que mal consegue sair da cama desde domingo.
E você, já parou pra pensar quantos perigos invisíveis a gente normaliza no meio da folia?