
Imagine a cena: um jovem de 22 anos, com transtorno do espectro autista, simplesmente indo comprar pão num bairro de Fortaleza. De repente, a rotina vira pesadelo. Isso aconteceu em abril, e o caso agora ganhou contornos jurídicos sérios.
O Ministério Público do Ceará (MP-CE) – aquela instituição que não costuma ficar quieta quando a coisa fica feia – entrou com uma ação civil pública pedindo uma indenização de R$ 50 mil. E não é por pouco não. A vítima, que tem autismo, sofreu agressões físicas durante uma abordagem que, francamente, saiu totalmente do controle.
O que exatamente aconteceu naquele dia?
Segundo as investigações, os policiais militares chegaram atirando – não literalmente, mas quase. Eles estavam procurando por um suspeito, mas acabaram mirando no jovem errado. Mesmo a família gritando que ele era autista, a situação escalou rápido demais. Pancadas na cabeça com as mãos fechadas? Sério? Em pleno 2025, ainda temos que ver cenas assim?
O laudo médico não deixa margem para dúvidas: traumatismo craniano. O tipo de coisa que pode deixar sequelas para a vida toda. E olha que estamos falando de alguém que já vive com desafios diários por causa da sua condição.
E agora, o que o MP está fazendo?
O promotor Lucas Cortez Costa, da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Pessoa com Deficiência e Idoso de Fortaleza, não ficou nada satisfeito com o que leu nos autos. Ele argumenta, com toda a razão, que a conduta dos PMs foi absolutamente desproporcional. "Há um evidente abuso na atuação policial", disse ele – e é difícil discordar.
Além da indenização – que seria revertida para a vítima, claro –, o MP quer que o estado seja condenado a fornecer tratamento médico e psicológico completo para o jovem. Porque não basta apenas punir; tem que reparar o dano, né?
Ah, e tem mais: os policiais envolvidos responderão a processo disciplinar interno. Mas convenhamos – isso parece pouco perto do que fizeram, não?
O caso está sob os holofotes agora, e todo mundo está de olho. A Defensoria Pública já havia entrado com representação contra os PMs, e o MP decidiu pegar pesado. Resta saber se a Justiça vai concordar com a gravidade do caso.
Enquanto isso, a família tenta reconstruir a normalidade – se é que ainda existe normalidade depois de uma experiência traumática dessas. E a gente fica pensando: até quando cenas assim vão se repetir por aí?