Caminhoneiro é morto por guarda municipal em Sete Lagoas: enterro acontece nesta terça
Caminhoneiro morto por guarda municipal é enterrado em MG

O clima em Sete Lagoas, Minas Gerais, está pesado. Nesta terça-feira (27), familiares e amigos se reúnem para o último adeus a um caminhoneiro que teve a vida interrompida de forma brutal — um tiro disparado por um guarda municipal durante uma abordagem que, segundo testemunhas, começou como rotineira e terminou em tragédia.

"Ele era o sustento da casa", desabafa uma prima, enquanto arruma as flores no velório. O caso, que viralizou nas redes, reacendeu o debate sobre abuso de autoridade. Nas ruas da cidade, o assunto é quase único: "Até quando?".

O que se sabe até agora

Segundo relatos colhidos no local, tudo começou com uma simples fiscalização de trânsito. Mas algo saiu errado — e rápido. Em menos de cinco minutos, o que era para ser uma conversa terminou com o caminhoneiro caído no asfalto. A versão da guarda? "Legítima defesa". Os vídeos que circulam no WhatsApp, porém, mostram cenas que contradizem a alegação.

  • Horário do enterro: 15h, no Cemitério Municipal
  • Repercussão: MP já abriu inquérito para apurar excessos
  • Vítima: Deixou esposa e dois filhos menores

Nas últimas 48 horas, a hashtag #JustiçaParaCarlos (nome fictício para preservar a família) explodiu no Twitter. Enquanto isso, na porta do IML, um grupo de colegas de profissão organiza uma carreata para o dia do funeral — caminhões enfileirados, buzinaços e faixas pretas.

E agora?

O Conselho Municipal de Segurança promete "apuração rigorosa", mas a desconfiança é grande. Afinal, casos assim costumam terminar em arquivamento, não? Enquanto as promessas rolam no gabinete, no bairro periférico onde o caminhoneiro morava, o cheiro de injustiça é mais forte que o de café passado na hora.

Uma vizinha, dona de um boteco próximo, resume o sentimento geral entre soluços: "Todo mundo aqui sabe que ele não era briguento. Só queria trabalhar".