Vítima de atropelamento doloso em Campinas recebe alta após fratura exposta no fêmur
Vítima de atropelamento por ex em Campinas tem alta

O que era para ser mais um dia comum no Jardim São Fernando, em Campinas, transformou-se num pesadelo que vai marcar para sempre a vida de uma mulher de 33 anos. Imagina só: você está caminhando tranquilamente pela rua quando, de repente, um carro acelera em sua direção. E o pior — quem está ao volante é justamente alguém que um dia jurou te amar.

O caso aconteceu no último domingo, mas os detalhes só agora vêm à tona. A vítima — cujo nome preservamos por questões óbvias — sofreu uma das agressões mais brutais que se pode imaginar: foi literalmente atropelada pelo ex-companheiro, um homem de 34 anos que, movido por ciúmes doentios ou por que motivo fosse, decidiu que sua vida não valia mais nada.

O impacto que mudou tudo

O som do impacto deve ter ecoado pela vizinhança. A fratura exposta no fêmur — um dos ossos mais resistentes do corpo humano — dá uma ideia da força com que o veículo a atingiu. Não foi um acidente, um simples toque. Foi algo calculado, intencional, com uma violência que chega a ser difícil de compreender.

E pensar que fraturas expostas são justamente aquelas em que o osso rompe a pele e fica exposto ao ambiente externo. O risco de infecção é enorme, a dor deve ser excruciante. Uma cena de filme de terror, mas acontecendo aqui, no nosso quintal.

Longas horas de cirurgia

Após ser resgatada pelo SAMU, ela passou por uma verdadeira maratona médica no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. Cirurgiões ortopédicos trabalharam durante horas para reconstruir o que a raiva destruiu em segundos. Placas, parafusos — a tecnologia moderna tentando reparar o estrago da selvageria humana.

E sabe o que mais me impressiona? Após tudo isso, ela recebeu alta na última segunda-feira. Menos de uma semana depois do trauma físico — porque o psicológico, esse vai levar muito mais tempo para sarar.

O agressor está preso — mas isso é suficiente?

O ex-companheiro foi preso em flagrante — algo raro nesse tipo de crime, onde normalmente o agressor foge como um covarde. Está detido no CDP de Campinas, respondendo por tentativa de feminicídio. A justiça determinou a prisão preventiva, mas cá entre nós: será que alguns meses atrás das grades são suficientes para pagar por uma vida que quase foi interrompida?

Os vizinhos relataram que o casal tinha histórico de conflitos. Brigas, discussões — aqueles sinais que, muitas vezes, ignoramos até que seja tarde demais. Quantos casos como esse precisam acontecer até que a sociedade acorde para a gravidade da violência doméstica?

O recomeço — se é que existe

Agora começa outra batalha: fisioterapia, acompanhamento psicológico, o medo constante de reencontrar o agressor. E a pergunta que não quer calar: onde ela vai morar? Como reconstruir uma vida quando até uma simples caminhada na rua se transformou numa lembrança traumática?

Casos como esse me fazem pensar na quantidade de mulheres que vivem situações similares nesse exato momento. Pessoas que têm medo de denunciar, de sair de casa, de recomeçar. Enquanto isso, os números da violência doméstica só aumentam — e Campinas, infelizmente, não é exceção.

A alta hospitalar é apenas o primeiro passo de uma jornada longa e dolorosa. E o pior é saber que, amanhã ou depois, outra mulher pode estar no seu lugar.