
Dois dias. Foi o tempo que levou para um drama familiar virar tragédia em São Carlos. O sujeito — vamos chamá-lo de "ele", porque nomes não importam quando a história é tão cruel — tinha acabado de sair de uma clínica de reabilitação. Viciado em drogas, segundo os vizinhos que preferiram não se identificar (quem gosta de confusão, não é mesmo?).
Ela, a ex-mulher, já tinha medo. Tinha até medida protetiva, aquelas que juízes assinam achando que papel resolve tudo. Na terça-feira, ele apareceu na porta dela. Ninguém sabe ao certo o que rolou dentro daquela casa, mas o que saiu foi um corpo sem vida e um cara fugindo feito rato encurralado.
O que deu errado?
Pergunta que não quer calar: como um cara que tava internado há poucos dias conseguiu voltar às ruas assim, sem acompanhamento? A clínica — que não revelou o nome, claro — disse que seguiu "todos os protocolos". Protocolos esses que parecem feitos de fumaça, se você me entende.
- O homem tinha histórico de agressividade quando usava drogas
- A vítima já havia registrado boletim de ocorrência contra ele
- Vizinhos relatam gritos e barulhos na noite do crime
O delegado responsável pelo caso — um sujeito que já viu cada coisa nessa vida — disse entre os dentes que "era questão de tempo". Quando perguntei o que ele quis dizer com isso, só levantou os ombros. Às vezes a resposta tá no silêncio.
Depois do crime
O cara foi preso rápido, graças a Deus. Tava escondido num barraco na zona leste, cheirando pó como se não houvesse amanhã. Agora enfrenta acusação de feminicídio, que no papel é crime hediondo, mas sabemos como essas coisas terminam no Brasil, né?
Enquanto isso, a família da moça — uma dona de casa de 32 anos que só queria viver em paz — tenta entender como tudo foi tão rápido. Uma vida inteira reduzida a uma manchete de jornal. O velório vai ser amanhã, fechado para a imprensa. Até nisso ela não teve escolha.