Os números são alarmantes e deixam qualquer um de cabelo em pé. Só neste ano, o Vale do Paraíba já contabilizou nada menos que 265 ocorrências de violência contra mulheres — e olha que estamos só em agosto. Uma situação que, convenhamos, tá longe de ser normal.
Segundo levantamento feito pelas autoridades locais, os casos variam desde ameaças até agressões físicas graves. E o pior? Muitas vítimas ainda têm medo de denunciar. "É como se vivessem numa prisão sem grades", comenta uma assistente social que prefere não se identificar.
Lei Maria da Penha: arma poderosa, mas subutilizada
Apesar de ser considerada uma das legislações mais avançadas do mundo no combate à violência doméstica, a Lei Maria da Penha ainda esbarra em desafios. "Temos a ferramenta, mas falta conscientização", explica a delegada Ana Lúcia Mendes, que atua na região há 15 anos.
Curiosamente, os bairros mais afetados são justamente aqueles com maior densidade populacional. Será coincidência? Difícil dizer. O que se sabe é que nos finais de semana os números disparam — em alguns casos, chegam a triplicar.
O perfil das vítimas
- 78% têm entre 25 e 40 anos
- 62% são mães
- Em 45% dos casos, o agressor é ou foi companheiro da vítima
"É um ciclo difícil de quebrar", lamenta Maria Fernanda, coordenadora de um centro de apoio. "Muitas dependem financeiramente do agressor ou temem represálias."
As autoridades reforçam: denunciar salva vidas. Os canais de atendimento funcionam 24 horas, inclusive pelo disque 180. Afinal, como diz o ditado, "mulher que se respeita não leva desaforo pra casa" — e muito menos agressão.
