
Era pra ser mais uma tarde qualquer no interior da Paraíba, mas o que aconteceu naquele 28 de julho vai ficar marcado na memória de quem testemunhou. Um homem, num acesso de fúria que desafia a compreensão, pegou uma pá de jardinagem e desferiu golpes brutais contra uma mulher - sua própria companheira.
A cena daria um bom roteiro de filme de terror, se não fosse tristemente real. Vizinhos contam que ouviram gritos que pareciam saídos de um pesadelo. "Pensei que fosse briga de cachorro, até ver aquela cena horrível", disse uma moradora que preferiu não se identificar, ainda visivelmente abalada.
O socorro que chegou a tempo
Por sorte - ou destino -, a Polícia Militar apareceu no local antes que o pior acontecesse. O agressor, que já tinha histórico de violência doméstica (surpresa zero), foi preso em flagrante. A vítima, com ferimentos graves mas estável, foi levada às pressas para o hospital.
O delegado responsável pelo caso, em entrevista coletiva, não escondeu a revolta: "Isso aqui é tentativa de feminicídio, pura e simples. Um crime covarde que mostra como a violência contra a mulher segue sendo uma chaga em nossa sociedade".
Números que assustam
Enquanto isso, os dados do estado pintam um quadro sombrio:
- A Paraíba registrou aumento de 15% nos casos de violência doméstica no último ano
- O Disque 100 recebeu mais de 3 mil denúncias só no primeiro semestre
- 70% das vítimas conheciam o agressor
Psicólogos que acompanham casos como esse alertam: a violência muitas vezes começa com "pequenas" agressões verbais ou psicológicas. "É um processo gradual, como água fervendo sapo - a vítima vai se acostumando até que um dia...", explica a Dra. Luana Torres, especialista no assunto.
Agora a pergunta que não quer calar: até quando vamos normalizar essas histórias? A delegacia da mulher local já anunciou que vai intensificar as campanhas de conscientização. Mas será que isso basta?