
O que você diria se descobrisse que um suspeito de assassinar uma mulher continua vestindo a farda da Polícia Militar sete anos depois do crime? Pois é exatamente essa situação absurda que está acontecendo no Acre, e confesso que me deixa bastante indignado.
O caso da jovem Ionara – um nome que deveria ser lembrado com justiça, não com impunidade – completa sete longos anos sem uma solução definitiva. Enquanto isso, o principal suspeito pelo feminicídio segue tranquilamente na reserva remunerada da PM. Sim, você leu certo: na reserva.
Os Detalhes que Chocam
A investigação aponta que o crime aconteceu em outubro de 2018, dentro de uma residência no bairro Conquista, em Rio Branco. Ionara foi brutalmente assassinada, e as evidências logo levaram até um policial militar. O que acontece depois é que deixa qualquer um com os cabelos em pé.
O suspeito, cujo nome não foi divulgado oficialmente (mas que as ruas já conhecem), simplesmente continuou sua carreira como se nada tivesse acontecido. Como é possível? Essa pergunta não sai da minha cabeça.
O Labirinto Burocrático
O processo judicial anda a passos de tartaruga – desses bem lentos mesmo. Enquanto isso, o acusado permanece na reserva, recebendo seu salário normalmente. A defensoria pública já entrou com recursos, mas parece que tudo emperra na máquina judiciária.
- 2018: Crime acontece, investigação identifica suspeito
- Anos seguintes: Processo anda e para, anda e para
- 2025: Situação permanece essencialmente a mesma
É desanimador, não é? Às vezes me pergunto se casos como esse não caem no esquecimento proposital.
O que Diz a Lei – e a Realidade
Teoricamente, a legislação brasileira é bem clara sobre crimes dessa natureza. Feminicídio é crime hediondo, com penas severas. Mas entre a teoria e a prática... bem, você sabe como funciona.
A Polícia Militar do Acre, quando questionada, se escuda em formalidades jurídicas. Dizem que aguardam o desfecho do processo para tomar qualquer medida administrativa. Enquanto isso, o tempo passa e a família de Ionara continua esperando por justiça.
Não consigo imaginar a dor desses parentes. Sete anos vendo o suposto assassino da sua filha, irmã, amiga – continuar sendo pago pelo estado. É de revirar o estômago.
Um Retrato Triste do Brasil
Este caso, infelizmente, não é uma exceção. Ele reflete um problema muito maior no nosso sistema de justiça e segurança pública. Quantos outros "casos Ionara" existem por aí, esquecidos em gavetas poeirentas de fóruns?
A morosidade da justiça acaba beneficiando quem deveria ser punido. E no meio disso tudo, as vítimas e suas famílias são as que mais sofrem. Alguém aí se lembra daquela frase "justiça tardia não é justiça"? Pois é.
Enquanto escrevo estas linhas, não posso deixar de pensar que amanhã pode ser qualquer uma de nós. E essa é talvez a parte mais assustadora de toda essa história.