
Era uma terça-feira comum em Parnamirim até que o silêncio da tarde foi quebrado por sirenes. Agentes da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) bateram à porta de um endereço discreto no bairro de Nova Parnamirim. O alvo? Um senhor de 58 anos, que agora respira atrás das grades.
O motivo da prisão em flagrante é pesado: suspeita de envolvimento no desaparecimento da própria enteada, uma garota de 16 anos que sumiu sem deixar rastros na semana passada. Segundo fontes próximas ao caso, o clima na família já estava "cortado com faca" há meses.
Linha do tempo que não fecha
A última vez que a adolescente foi vista, estava saindo da escola estadual onde estudava. O horário? Por volta do meio-dia. Testemunhas juram ter avistado um carro prata — modelo antigo, com detalhes em vermelho — estacionado a uns 200 metros dali. Coincidência ou não, o sogro detido é dono de um veículo com descrição parecida.
- 12h07: adolescente é vista saindo sozinha da escola
- 12h35: câmeras de segurança mostram movimento incomum na rua dos fundos do terreno familiar
- 13h20: celular da jovem para de emitir sinal
O delegado responsável pelo caso, que preferiu não se identificar, soltou uma frase que deixou todos arrepiados: "Temos motivos concretos para acreditar que não foi um desaparecimento voluntário". E completou, baixando o tom de voz: "E as peças desse quebra-cabeça estão se encaixando de forma preocupante".
Revolta na vizinhança
Enquanto isso, na frente da casa do suspeito, um grupo de moradores fazia coro. "A gente sempre desconfiou desse sujeito", disparou Dona Maria, vizinha há 15 anos. "Ele tinha uns trejeitos esquisitos, sabe? Daqueles que fazem a gente cruzar a rua quando vê vindo."
Outros relatos pintam um retrato ainda mais sombrio. Um comerciante local contou, sob condição de anonimato, que o agora preso "sempre parava pra olhar as meninas que saíam da escola". Seria apenas mais um detalhe macabro nessa história?
A polícia não confirmou — mas também não negou — a existência de mensagens perturbadoras trocadas entre o suspeito e a vítima. "Isso ainda está sob análise", limitou-se a dizer o porta-voz, evitando dar detalhes que possam atrapalhar as investigações.
Enquanto a adolescente não é encontrada, a família vive um pesadelo. A mãe, segundo parentes, está "entre a loucura e a esperança". Já o pai biológico da garota, que mora em outro estado, pegou o primeiro voo possível assim que soube do ocorrido.
O caso segue sob sigilo, mas uma coisa é certa: a cidade inteira está de olho. E torcendo — muito — para que essa história tenha um final diferente do que todos temem.