Operação no Vale do Paraíba marca 19 anos da Lei Maria da Penha com ações contra violência doméstica
Operação no Vale combate violência contra mulher em data simbólica

Numa ação que mistura simbolismo e efetividade, a Polícia Civil desembarcou nesta quinta-feira (8) no Vale do Paraíba com uma missão clara: mostrar que a lei não dorme em serviço. Debaixo de um sol que mais parecia um holofote divino, agentes percorreram ruas e avenidas para cumprir mandados relacionados a casos de violência doméstica.

Não foi por acaso a escolha da data. Faz exatos 19 anos que a Lei Maria da Penha — aquela que tirou da gaveta o combate à violência contra a mulher — começou a valer. E o que era pra ser comemoração virou trabalho duro. Afinal, estatísticas não mentem: a cada 7 minutos, uma brasileira sofre agressão.

Operação teve gosto de justiça

Os números da ação falam por si só:

  • 7 mandados de prisão expedidos
  • 5 agressores já atrás das grades
  • 13 medidas protetivas fiscalizadas

"Tem gente que ainda acha que pode bater e sair impune", comentou um delegado que preferiu não se identificar. A ironia? Vários dos alvos da operação pareciam genuinamente surpresos ao ver a polícia batendo em suas portas.

Lei que virou referência

Quando a farmacêutica Maria da Penha sofreu duas tentativas de homicídio pelo marido nos anos 1980, dificilmente imaginaria que seu nome se tornaria sinônimo de luta. A lei que carrega sua história completa 19 anos como uma das legislações mais avançadas do mundo no tema — embora, convenhamos, ainda precise sair do papel com mais força.

"A gente vê dois Brasis", reflete uma assistente social que acompanha vítimas. "Tem o Brasil onde mulheres conhecem seus direitos, e o outro onde ainda acham normal apanhar."

O que dizem os números

Só no primeiro semestre de 2025, o estado registrou:

  1. 12.345 boletins de ocorrência por violência doméstica
  2. Um aumento de 7% nas medidas protetivas solicitadas
  3. Quase 200 mulheres atendidas diariamente nas delegacias especializadas

Enquanto isso, nas ruas do Vale, a operação seguia seu curso. Em uma cena quase cinematográfica, um suspeito foi detido enquanto almoçava — acredite, ele ainda reclamou que "estragaram sua refeição".

No balanço final, mais do que números, o que fica é a mensagem: violência contra mulher não é caso de polícia, é caso de sociedade. E a lei, essa, não prescreve.