Operação Shamar prende 387 suspeitos de violência contra mulheres na Bahia — Veja detalhes
Operação na BA prende 387 por violência contra mulheres

Numa tacada só, a polícia baiana botou na cadeia quase 400 marmanjos acusados de fazer das suas com mulheres. A Operação Shamar — que lembra aquele ditado "quem semeia vento colhe tempestade" — varreu 64 cidades do estado entre quarta e quinta-feira.

Os números dão calafrios: 387 mandados cumpridos, sendo 225 por descumprir medidas protetivas (aquela velha história de achar que papel de justiça é enfeite). Outros 162 eram por ameaça, lesão corporal e afins — crimes que, convenhamos, não deveriam existir em pleno 2025.

O que rolou nos bastidores

Mais de 1.200 agentes se espalharam como formigas operárias antes do amanhecer. A logística foi coisa de cinema: 72 viaturas, 12 cães farejadores e até drones para não deixar escapar nem o rastro do cafajeste mais esperto.

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O delegado-geral, numa fala que misturava alívio e revolta, soltou: "Tem sujeito que só aprende atrás das grades". E completou com um dado assustador — cerca de 60% dos presos já tinham passagem pela polícia por violência doméstica.

E as vítimas?

Enquanto isso, nos CEAMs (Centros Especializados de Atendimento à Mulher), o movimento era de alívio misturado com medo. "Agora eu consigo dormir", confessou uma moradora de Simões Filho que preferiu não se identificar. Outras, porém, temem represálias quando os companheiros saírem — porque, sejamos realistas, cadeia no Brasil é mais rotatória que loja de shopping.

Psicólogas relatam que muitas mulheres só conseguem denunciar na quarta ou quinta vez que apanham. "Elas vêm com a autoestima tão baixa que acham normal levar porrada", desabafa uma atendente do CEAM Salvador, enquanto reorganiza pilhas de boletins de ocorrência.

Não é mole não: só neste ano, a Bahia registrou mais de 15 mil casos de violência doméstica. Dá uma média de 82 por dia — número que, convenhamos, envergonha qualquer sociedade que se diz civilizada.