
O silêncio da noite em Canto do Buriti, aquela terça-feira comum, foi rasgado por gritos que ainda ecoam na memória dos vizinhos. Por volta das 21h, o que começou como mais uma discussão familiar terminou em tragédia — das que deixam marcas profundas numa comunidade inteira.
Maria Alves dos Santos, 40 anos, tinha uma vida comum. Trabalhava, cuidava da casa, sonhava como qualquer um de nós. Mas seus sonhos foram interrompidos de forma brutal, covarde. Golpes de cassetete na cabeça — a polícia contou pelo menos três — tiraram dela tudo, absolutamente tudo.
O que restou do horror
A cena que a Polícia Militar encontrou era de partir o coração. Maria já não respirava mais, e ao seu lado, o instrumento do crime: um cassetete manchado de sangue. Os agentes, veteranos em atendimentos violentos, confessaram ter ficado impactados com a crueldade do que viram.
Os vizinhos — aquelas testemunhas involuntárias do pesadelo alheio — contam que ouviram a discussão começar mais cedo. "A gente até pensa em interferir, mas cada casa tem seus segredos, não é?", comenta um morador que preferiu não se identificar. O arrependimento agora pesa como uma pedra.
Das palavras aos golpes
O que transforma uma discussão em assassinato? Essa pergunta, ninguém na rua onde Maria vivia consegue responder. A linha entre o desentendimento e a tragédia parece ter sido cruzada num piscar de olhos.
O suspeito — sim, há um suspeito — era alguém do convívio dela. Alguém que deveria proteger, não destruir. A Polícia Civil já trabalha nas investigações, tentando reconstruir os momentos finais da vida de Maria. Cada detalhe, cada palavra trocada, cada golpe.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Jaicós. Lá, peritos farão o que resta a ser feito: documentar a violência, contar as marcas, transformar dor em prova.
O que nos resta
Enquanto isso, Canto do Buriti tenta seguir em frente. Mas algo mudou. A violência doméstica — essa velha conhecida das estatísticas — mostrou mais uma vez sua face mais cruel. E deixou para trás uma pergunta que incomoda: quantas Marias ainda precisam morrer antes que a sociedade acorde?
O caso agora está nas mãos da Justiça. Mas a memória de Maria? Essa ficará gravada na consciência de todos que acompanharam esta história.