
As câmeras de segurança — testemunhas silenciosas e implacáveis da nossa rotina — capturaram uma das imagens mais cruéis que se pode imaginar. E foi no coração de Manaus, numa rua qualquer, que a barbárie se revelou sem pudor.
Uma mulher, ainda não identificada, foi submetida a um verdadeiro suplício em plena via pública. O agressor, um homem que a história vai tratar com o rigor que merece, não hesitou: agarrou-a pelos cabelos com força bruta, arrastando-a como se fosse um objeto, não uma pessoa.
Mas não parou por aí. Não contente com a humilhação do arrasto, desferiu socos — repetidos, violentos, desmedidos — contra ela. Cada golpe, uma sentença de terror. Cada movimento, a negação completa da humanidade.
O que se passa na cabeça de alguém capaz de tamanha crueldade? Difícil dizer. O fato é que a ação rápida — graças às imagens — permitiu que a polícia localizasse e prendesse o suspeito. Sim, ele está preso. Algo que, convenhamos, traz um alívio amargo, mas não apaga o trauma.
A violência que ecoa além do vídeo
Casos como esse não são isolados. Eles doem individualmente, mas ferem coletivamente. Mostram o quanto ainda precisamos avançar no combate à violência contra a mulher — especialmente aqui no Norte, onde os índices, sabe-se, são alarmantes.
Não se trata de alarmismo. É estatística pura, dolorida, mas real. E cada rosto, cada história, como essa que vazou nas redes e chocou o Brasil, é um lembrete cruel de que o caminho é longo.
A vítima foi encaminhada para atendimento — físico e, espera-se, emocional. Porque marcas como essas não saram com pomadas ou analgésicos. Elas ficam. Ecoam. E exigem justiça.
E por falar em justiça: o suspeito responde pelo crime de agressão. Mas a pergunta que fica, incômoda e necessária, é: até quando? Até quando cenas assim vão se repetir antes que a prevenção e a educação de fato falem mais alto?
Pensem nisso. Eu penso. Todo dia.