
Uma notícia que corta o coração e revolta qualquer cidadão de bem. Em Manaus, uma tragédia doméstica de proporções inimagináveis terminou com a prisão de duas mulheres – a própria mãe e a madrasta de um menino de apenas cinco anos. A vida do pequeno foi interrompida de maneira brutal, e os detalhes são de partir a alma.
Segundo as investigações da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), tudo aconteceu na última terça-feira (26), no bairro Jorge Teixeira, zona leste da cidade. O pequeno Henry Emanuel – sim, ele tinha nome – apresentava marcas de violência por todo o corpo. Não foi um acidente, não foi uma fatalidade. As evidências apontam para algo muito mais sombrio: maus-tratos constantes e, finalmente, o desfecho fatal.
A madrasta, de 25 anos, foi a primeira a confessar. Diante dos policiais, ela admitiu que a criança caiu no banheiro. Uma queda? Talvez. Mas o que veio depois foi uma sucessão de erros fatais e, vamos ser francos, uma dose assustadora de negligência. Ela disse que o menino ficou «molinho» e depois parou de respirar. Em vez de correr para um hospital, o que elas fizeram? Levaram o pequeno para a madrasta, que é técnica de enfermagem. Sim, você leu certo.
O Desespero e a Tentativa de Acobertamento
Aqui a coisa fica ainda mais surreal. A técnica de enfermagem – que deveria salvar vidas – tentou reanimar a criança em casa. Sem sucesso. Só então, e pasmem, decidiram levá-lo à maternidade. Já era tarde demais. Henry chegou sem vida e com um quadro que não enganou os profissionais de saúde: hematomas generalizados, sinais de espancamento. O instinto dos médicos falou mais alto e a polícia foi acionada na hora.
O delegado Fábio Mendes, que comanda as investigações, foi categórico: «As lesões eram antigas e outras recentes, o que indica que a criança era vítima constante de agressões». Não foi um incidente isolado. Foi um padrão. Um padrão de crueldade que culminou na morte de uma criança indefesa.
As Entrevistas e a Dura Realidade
Na delegacia, a história começou a desmoronar. A mãe biológica, de 27 anos, mudou sua versão inúmeras vezes. Uma hora era uma coisa, outra hora era completamente diferente. A madrasta, por outro lado, manteve a narrativa da queda. Mas o laudo cadavérico não mente. E ele veio com uma sentença cruel: causa mortis foi mesmo uma hemorragia interna causada por trauma grave.
O que se vê é um caso típico de violência doméstica que escalou para o pior cenário possível. Duas mulheres que deveriam proteger uma criança são agora as principais suspeitas de acabar com sua vida. A Justiça não perdoou. Elas foram presas preventivamente e respondem por homicídio qualificado – ou seja, com agravantes de crueldade e motivo fútil. Agora, aguardam atrás das grades o andamento do processo.
Enquanto isso, em Manaus, uma comunidade fica de luto. E uma pergunta ecoa sem resposta: até quando histórias como a de Henry vão se repetir?