19 anos da Lei Maria da Penha: Bauru e Marília batem recorde em medidas protetivas em 2025
Lei Maria da Penha: aumento alarmante em medidas protetivas

Não é exagero dizer que os números assustam. Dezenove anos depois da criação da Lei Maria da Penha, Bauru e Marília registraram um salto preocupante nos pedidos de medidas protetivas em 2025. Parece que, em vez de avançarmos, estamos patinando num problema que teima em não desaparecer.

Os números que não mentem

Segundo levantamentos oficiais — e aqui a gente até torce para que estejam errados —, o crescimento foi de quase 30% comparado ao ano anterior. Três em cada dez mulheres nessas cidades paulistas precisaram buscar ajuda contra agressores. E olha que esses são só os casos que vieram à tona.

"É como se a cada passo pra frente, a gente levasse dois pra trás", comenta uma assistente social que prefere não se identificar. Ela trabalha diretamente com vítimas e sabe que, por trás das estatísticas, há histórias que doem mais que os números sugerem.

Por que isso ainda acontece?

Especialistas apontam três fatores principais:

  • A falsa sensação de impunidade entre agressores
  • Dificuldades econômicas que mantêm vítimas em relacionamentos abusivos
  • Falta crônica de políticas públicas eficientes

Não é difícil entender: quando o bolso aperta, muitas mulheres se veem encurraladas entre a violência e a fome. Uma escolha que ninguém deveria ter que fazer.

O outro lado da moeda

Curiosamente — ou tragicamente —, o aumento nos registros pode ter um lado positivo: mais mulheres estão denunciando. "Antes elas engoliam sapo. Agora pelo menos sabem que têm onde recorrer", analisa uma delegada da região, que pediu para não ser nomeada.

Mas será que isso basta? A legislação existe, mas falta estrutura. Falta acolhimento. Falta, em muitos casos, o básico: um lugar seguro pra onde ir depois da denúncia.

Enquanto isso, nas ruas de Bauru e Marília, histórias silenciosas se desenrolam atrás de portas fechadas. E a Lei Maria da Penha, completa 19 anos como uma ferramenta vital — mas ainda insuficiente — nessa guerra particular contra a violência doméstica.