
Era pra ser mais uma noite tranquila no bairro Vila Isa, periferia de Governador Valadares. Mas o que deveria ser segurança do lar se transformou num pesadelo de fogo e medo. Tudo porque um homem, inconformado com o fim do relacionamento, decidiu que se não podia tê-la, ninguém mais teria.
Por volta das 22h de sábado, ele chegou como uma sombra. Ninguém na rua desconfiou daquela figura que carregava um recipiente com combustível - gasolina, talvez. Quebrar a janela foi fácil. O vidro estilhaçou como o resto da relação que insistia em manter.
O inferno começa em casa
Dentro, tudo ainda cheirava a normalidade. Até que o líquido inflamável começou a correr pelo chão. E então... o fósforo. O estampido das chamas devorando tudo foi seguido por gritos de pânico.
Milagre? Sortezinha? A vizinhança reagiu rápido. Enquanto uns tentavam conter o fogo, outros já ligavam para a PM. A vítima, em estado de choque absoluto, conseguiu sair a tempo - com queimaduras leves, mas com marcas psicológicas que provavelmente nunca sararão.
A captura quase cinematográfica
O sujeito nem tentou fugir direito. Parecia que queria ser pego, como se o crime fosse sua última forma de dizer "estou aqui". Patrulhas da 13ª Companhia PM fecharam o cerco rapidamente.
Quando o prenderam, não mostrou arrependimento. Nada. Apenas aquela expressão vazia de quem já decidiu virar estatística de violência gender-based.
O que se vê agora é mais um caso na delegacia. Tentativa de feminicídio, claro. Invasão de domicílio. Danos qualificados. A lista de crimes é longa, mas a sentença social já foi dada.
Enquanto isso, a ex-namorada tenta reconstruir pedaços da vida entre cinzas e memórias queimadas. Resta saber se a Justiça - aquela lenta, burocrática - fará seu papel ou se será mais um caso esquecido nos arquivos empoeirados.