
A rotina de uma pequena comunidade no Amazonas foi violentamente interrompida por uma denúncia que parece saída dos piores pesadelos. Na terça-feira, 23 de setembro, as mãos de um suposto protetor da lei foram algemadas pela própria instituição que jurara servir. Um guarda municipal, cujo nome ainda não foi divulgado oficialmente, foi preso em flagrante sob a pesada acusação de estuprar sua própria enteada – uma menina que mal completara 13 primaveras.
Imagina só a cena: o homem que deveria ser um pilar de segurança dentro de casa, transformado na própria fonte do perigo. A delegada Joyce Mota, que comanda as investigações com uma mistura de rigor profissional e indignação pessoal, não esconde a gravidade do caso. “A vítima é extremamente jovem e o acusado ocupava uma posição de confiança”, revela, num tom que deixa transparecer o quanto situações como essa ferem não apenas as vítimas, mas toda a estrutura social.
O Silêncio quebrado por uma ligação anônima
Tudo começou com aquilo que muitos subestimam: uma denúncia anônima. Alguém, em algum lugar, não aguentou mais calar. A Polícia Civil agiu rápido – e como agiu! – acionando a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA). O que encontraram foi um cenário de horror disfarçado de normalidade doméstica.
Os abusos, segundo as investigações iniciais, não foram eventos isolados. Teriam acontecido repetidamente, lá dentro das paredes que deveriam significar refúgio. A menina, frágil e com a vida pela frente, submetida a algo que nenhuma criança deveria sequer conceber. O laudo do Instituto Médico Legal veio como um soco no estômago: confirmou a violência sexual, transformando suspeitas em provas concretas.
Entre a farda e as algemas: a queda de um suposto protetor
Eis aí uma ironia amarga. O homem vestiu uniforme, fez juramento de proteger a população, e agora responde na condição de agressor. Ele foi levado direto para a Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente, onde a papelada burocrática nunca parece tão fria quanto quando envolve casos assim.
A Defensoria Pública já foi acionada – protocolo sendo seguido à risca, enquanto uma família despedaçada tenta encontrar algum sentido no caos. A Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg), por sua vez, emitiu uma nota padrão, mas o constrangimento institucional é quase palpável.
Casos como esse deixam a gente pensando: até onde vai a dupla face humana? Como alguém pode zelar pela segurança pública com uma mão e destruir uma infância com a outra? O Amazonas, infelizmente, se vê mais uma vez no mapa nacional por razões que envergonham. E uma menina de 13 anos carrega nas costas um peso que nem muitos adultos suportariam.