Gestão de Ricardo Nunes atrasa repasses para Centros de Defesa da Mulher em SP
Gestão Nunes atrasa repasses para Centros da Mulher

A gestão do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, está sob forte pressão devido aos atrasos nos repasses financeiros destinados aos Centros de Defesa da Mulher (CDMs). Essas instituições são fundamentais no apoio às vítimas de violência doméstica, oferecendo assistência jurídica, psicológica e social.

Segundo fontes próximas ao assunto, os repasses, que deveriam ser realizados mensalmente, estão com atrasos que chegam a três meses em alguns casos. Esse cenário coloca em risco o funcionamento desses centros, que já operam com recursos limitados.

Impacto direto no atendimento

Os atrasos nos repasses têm gerado um efeito dominó nos serviços prestados pelos CDMs. Profissionais relatam dificuldades em manter a estrutura básica, como aluguel de espaços, pagamento de contas e até mesmo a compra de materiais essenciais para o atendimento.

"Estamos trabalhando no limite, muitas vezes com recursos próprios, para não deixar as mulheres desamparadas", desabafa uma assistente social que preferiu não se identificar.

Justificativa da prefeitura

Em nota, a prefeitura de São Paulo afirmou que os atrasos são temporários e decorrem de "ajustes no fluxo de caixa". A administração municipal garantiu que todos os repasses serão regularizados até o final do mês.

No entanto, especialistas em políticas públicas alertam que a falta de regularidade nos repasses compromete a eficácia das ações de combate à violência contra a mulher, um problema que vem crescendo na capital paulista.

Dados alarmantes

Enquanto os repasses ficam pendentes, os números da violência doméstica em São Paulo continuam preocupantes:

  • Aumento de 15% nos registros de violência contra a mulher no primeiro semestre de 2023
  • Mais de 5.000 atendimentos realizados pelos CDMs apenas nos últimos três meses
  • 40% das vítimas relatam dependência financeira do agressor

A situação coloca em xeque o compromisso público da atual gestão com as políticas de proteção à mulher, especialmente em um momento de aumento nos casos de feminicídio no estado.