
Os números são de cortar o coração — e o pior: não param de crescer. Em Santa Catarina, a violência contra mulheres atingiu um patamar que beira o insustentável. Nos últimos três anos, as tentativas de feminicídio deram um salto assustador de 60%. Quatro mulheres. É isso mesmo, quatro vítimas por semana, em média. Um dado que deveria fazer a sociedade catarinense tremer na base.
O retrato de um problema que virou epidemia
Não é exagero dizer que estamos diante de uma crise humanitária em pleno século XXI. Enquanto alguns discutem políticas públicas de forma teórica, mulheres reais — mães, filhas, irmãs — estão sendo massacradas dentro de suas próprias casas. O que falhou? O sistema? A educação? Tudo junto?
Os especialistas apontam três fatores principais:
- Fragilidade nas redes de proteção
- Cultura machista ainda enraizada
- Demora na resposta do poder público
"Era para ser o lugar mais seguro"
O lar, que deveria ser refúgio, virou cenário de terror para muitas. "É uma ironia cruel", comenta uma delegada que prefere não se identificar. "As vítimas chegam aqui ainda com marcas do parceiro — e o pior: muitas voltam para casa com medo de denunciar."
E não pense que isso é problema só das classes menos favorecidas. Os casos estão espalhados por todos os estratos sociais — do centro urbano aos bairros mais afastados.
O que está sendo feito? Quase nada...
Se você espera ouvir sobre grandes avanços nas políticas de proteção, prepare-se para decepção. Os recursos? Insuficientes. As campanhas? Pontuais. A punição? Muitas vezes branda demais.
Enquanto isso, o relógio não para: a cada 42 horas, uma nova tentativa de feminicídio é registrada no estado. Um ritmo que, convenhamos, é de enlouquecer qualquer um com mínimo de sensibilidade.
Será que precisamos de mais corpos para acordar? A pergunta é dura, mas necessária. Afinal, quantas vidas valem uma mudança real?