Araucária Enfrenta Violência Doméstica com Grupo de Homens: Uma Revolução Silenciosa no Paraná
Araucária: Homens se unem contra violência doméstica

Imagine uma sala cheia de homens conversando sobre sentimentos. Parece cena de filme, não é? Pois em Araucária isso virou realidade — e está dando certo.

O município paranaense resolveu encarar o problema da violência doméstica por um ângulo diferente. Em vez de só punir, está prevenindo. A Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres criou grupos de discussão masculinos, e olha, a adesão surpreendeu até os mais otimistas.

Quando a conversa substitui o grito

O projeto "Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres" não é aquela palestra chata que ninguém quer ouvir. São encontros semanais onde eles falam de tudo — raiva, ciúmes, frustração, medo. Coisas que, convenhamos, a maioria aprendeu a engolir desde criança.

"A gente percebe que muitos nem sabem expressar o que sentem", conta uma das coordenadoras, com aquela voz de quem já viu de tudo. "E quando a emoção transbora, vira violência."

Os números assustam: só neste ano, mais de 1.700 ocorrências de violência doméstica em Araucária. Dá para acreditar? É como se toda hora alguém estivesse apanhando em algum canto da cidade.

Mudança que começa de dentro

O legal é ver como a coisa pega. Um homem chega arrasado, com a vida familiar um caos. Aos poucos, vai aprendendo a lidar com as próprias emoções. Alguns até viram multiplicadores — convencem amigos, vizinhos, parentes a participar.

Tem caso que emociona. Como aquele sujeito que quase perdeu a família por causa do temperamento explosivo. Hoje, ele mesmo ajuda outros a não cometerem os mesmos erros. Quem diria, né?

Os encontros acontecem às quartas, no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). E olha só — tem até café. Porque conversa séria rende mais com um cafezinho, não é mesmo?

Resultados que falam mais alto

O que mais impressiona não é só a redução nas estatísticas — que já está acontecendo, diga-se de passagem. É a transformação nas famílias. Mulheres relatam que os maridos estão diferentes. Filhos percebem que o pai está mais presente. Até os próprios participantes confessam: "Nunca imaginei que falar sobre isso faria tanta diferença".

E tem mais: o projeto se conecta com outras iniciativas, como a Patrulha Maria da Penha. É uma rede de proteção que vai se fortalecendo. Porque violência doméstica não se resolve com uma ação só — precisa de várias frentes trabalhando juntas.

Para quem quiser participar, é só aparecer nas quartas, às 14h, no Creas. Não precisa agendar, não tem burocracia. Só chegar e — quem sabe — começar a mudar uma história.

Afinal, como dizem por aí, homem de verdade não bate em mulher. Homem de verdade conversa, escuta, e — pasmem — até chora quando precisa.