Imagine receber uma mensagem no Dia dos Pais e descobrir que é algo que vai te marcar para sempre – e não de uma maneira boa. Foi exatamente o que aconteceu com uma adolescente de 17 anos em Caruaru, no agreste de Pernambuco. O remetente? Seu próprio pai.
O caso é tão surreal que parece roteiro de filme – daqueles que a gente torce para nunca saírem da ficção. No último dia 11 de agosto, domingo dedicado aos pais, a jovem recebeu um vídeo de conteúdo íntimo. E adivinhem só: quem aparecia nas imagens era seu genitor, um homem de 40 anos que, pasmem, havia reatado contato com a filha há pouco tempo.
Não é à toa que o delegado Bruno Renato, que está à frente do caso na Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), classificou a situação como "extremamente grave". O homem simplesmente mandou o material pelo WhatsApp – como se fosse algo normal, sabe? Aparentemente, ele estava sob efeito de álcool no momento do envio. Mas, convenhamos, isso não serve nem de perto como justificativa.
O Reencontro que Virou Pesadelo
Aqui é que a história fica ainda mais complicada. O pai havia desaparecido da vida da menina por longos 15 anos. Quinze anos! Voltou recentemente, querendo se reaproximar. E a adolescente, talvez na esperança de ter finalmente uma figura paterna, aceitou o contato.
No domingo, ele a convidou para almoçar em comemoração ao Dia dos Pais. Ela não pôde ir – e então veio a "surpresa" digital. Logo depois de enviar o vídeo, o homem ainda teve a cara de pau de perguntar se ela tinha gostado do "presente".
O choque da moça foi tão grande que ela bloqueou o pai imediatamente. No dia seguinte, corajosamente, procurou a delegacia para formalizar a queixa. A perícia já conseguiu recuperar a conversa inteira – inclusive o vídeo em questão.
As Consequências Não Vão Ser Leves
O investigador deixou claro: isso é crime, e crime grave. O artigo 218-C do Código Penal não brinca em serviço – prevê pena de 1 a 5 anos de prisão para quem divulga cena de sexo ou nudez sem consentimento. E quando envolve parentesco? Aí a coisa fica ainda mais feia.
O delegado foi enfático ao dizer que a conduta do pai foi "hedionda". Não tem outra palavra para definir. Agora, a polícia corre atrás de localizar o acusado para que ele preste depoimento. Depois disso, o caso segue para a Justiça.
É daqueles casos que faz a gente pensar: até onde vai a falta de noção? Como alguém pode achar que enviar algo assim para a própria filha é aceitável? O pior é saber que situações como essa estão longe de serem raras – só que muitas vezes ficam escondidas atrás do silêncio e da vergonha.
A coragem dessa adolescente em denunciar o próprio pai merece reconhecimento. Em um país onde a cultura do "lavar roupa suja em casa" ainda prevalece, sua atitude é um exemplo importante. Resta torcer para que a Justiça seja rápida – e que ela consiga superar esse trauma horrível.
