
Era uma tarde comum em Barra do Corda, até que o silêncio foi rasgado por gritos. O que começou como mais uma discussão conjugal terminou em sangue — e agora, com um veredito que ecoa além dos tribunais. O autor, cujo nome a gente até prefere não repetir, pegou 28 anos atrás das grades. Feminicídio. A palavra pesa, mas a realidade é ainda mais cruel.
Os detalhes do caso são daqueles que dão nó no estômago. A vítima, uma mulher de 32 anos, foi atacada com requintes de crueldade — e olha que a gente vive num tempo em que você pensa que já viu de tudo. Testemunhas contaram que o agressor, um ex-companheiro obcecado por controle, não aceitou o fim do relacionamento. Ciúme? Posse? Raiva? Tanto faz. No final, o que sobrou foi uma família destruída e uma cidade inteira perguntando: até quando?
O julgamento que virou referência
O juiz não ficou com meias palavras na sentença. "Crime hediondo", "violência de gênero", "padrão de agressão" — a fundamentação foi tão contundente que até os advogados de defesa ficaram sem argumentos. E sabe o que é pior? O cara tinha passagem por agressão anterior, mas... adivinha? Nada foi feito a tempo.
Alguns números pra você ter ideia:
- 28 anos de prisão inicial (e olha que pode aumentar)
- 5 testemunhas que descreveram o horror
- 3 laudos periciais irrefutáveis
Não é só uma sentença — é um recado. A promotora, aliás, soltou uma frase que resume tudo: "Enquanto houver impunidade, vai ter homem achando que mulher é propriedade". Duríssimo.
E a cidade? Como fica?
Barra do Corda não é mais a mesma. O caso virou tema de debates na pracinha, nas filas do mercado, até nas redes sociais da galera. Tem quem diga que a pena foi branda (sempre tem), outros que tão com medo de casos parecidos — e não é pra menos. A delegada da mulher local tá sobrecarregada: só este mês, 15 novos registros de ameaça.
Mas tem um lado bom nisso tudo: o assunto virou pauta. Escolas tão discutindo relacionamentos abusivos, o CRAS tá fazendo palestras, e até os ônibus tão com cartazes daquele disque-denúncia. Pequenos passos? Sim. Mas melhor que ficar parado.
No fim das contas, a dor não some com sentença nenhuma. Mas pelo menos — finalmente — alguém pagou por isso. E você, acha que 28 anos é suficiente? Difícil responder, né? O que a gente sabe é que enquanto tiver feminicídio, a luta continua. E Barra do Corda, hoje, entendeu isso na marra.