
Não é brincadeira. Em menos de 12 meses, os abrigos que acolhem venezuelanos em Teresina viraram palco de um drama silencioso: oito casos confirmados de tuberculose. Os dados, que saíram do forno esta semana pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), acenderam o sinal vermelho na capital do Piauí.
Quem acompanha de perto sabe - a coisa tá feia. E olha que estamos falando de uma doença que, teoricamente, já deveria estar sob controle no século XXI. Mas a realidade, como sempre, é mais complexa que a teoria.
O cenário que preocupa
Imagine só: famílias inteiras dividindo espaços apertados, muitas vezes sem ventilação adequada. Um prato cheio para a tuberculose, que adora se espalhar em ambientes assim. E pior - algumas dessas pessoas chegaram ao Brasil já doentes, sem saber.
"É um desafio e tanto", confessa um agente de saúde que prefere não se identificar. Entre um cafezinho e outro, ele revela: "Muitos chegam aqui depois de semanas, até meses, em condições precárias. Quando a gente descobre, já pode ter contaminado outros".
O que está sendo feito?
- Triagem inicial obrigatória para todos os novos chegados
- Isolamento imediato de casos suspeitos
- Distribuição de máscaras e orientação sobre higiene
- Ampliação do programa de tratamento diretamente observado
Mas tem um porém - e é grande. O tratamento da tuberculose não é moleza: são no mínimo seis meses de remédios fortes, com efeitos colaterais nada agradáveis. Manter os pacientes comprometidos até o fim? Eis a questão que tira o sono dos profissionais.
Enquanto isso, nas ruas de Teresina, a vida segue. Poucos sabem do problema que se esconde nos abrigos. E menos ainda imaginam que, num mundo globalizado, doenças não respeitam fronteiras - muito menos documentos.
Fica o alerta: saúde pública é coisa séria, principalmente quando envolve populações vulneráveis. O que acontece hoje nos abrigos pode, amanhã, afetar toda a comunidade. Fica a dica.