
Numa daquelas cenas que a gente nunca quer ver, mas que infelizmente se repete com uma frequência absurda, um homem em situação de rua foi encontrado sem vida num terreno abandonado em Poá, na Grande São Paulo. Segundo informações preliminares, o corpo estava ali há pelo menos dois dias quando foi descoberto por moradores da região - que, diga-se de passagem, já estão acostumados com esse tipo de tristeza.
A polícia chegou no local por volta das 10h da manhã desta sexta-feira (8), depois que alguém - provavelmente um dos tantos trabalhadores que passam por ali todo dia - notou algo estranho e resolveu dar o alerta. Quando os agentes apareceram, a cena era daquelas que ficam na memória: o homem, cuja identidade ainda não foi revelada, estava caído entre entulhos e mato alto, como se a cidade tivesse simplesmente decidido ignorar sua existência até o fim.
O que se sabe até agora?
Pelas primeiras informações, não havia sinais óbvios de violência - mas isso não significa muita coisa, né? O IML já levou o corpo para fazer os exames de praxe e tentar descobrir o que realmente aconteceu. Será que foi frio? Fome? Doença? Ou algo mais sinistro? A gente sabe que nas ruas, qualquer uma dessas coisas pode ser fatal.
Enquanto isso, a delegacia local abriu inquérito para investigar o caso. Os investigadores vão tentar descobrir quem era esse homem, se ele tinha família por aí, o que o levou a viver nas ruas... Aquela história triste que se repete tanto que até parece roteiro de novela das seis.
O lado mais sombrio da nossa sociedade
Essa morte - mais uma - escancara um problema que a gente finge que não vê: a completa falta de políticas públicas decentes para a população em situação de rua. Em Poá, como em tantas outras cidades, essas pessoas viram praticamente invisíveis até morrerem. Aí, viram estatística.
Moradores da região contaram - meio sem esperança, diga-se - que já tinham visto o homem por ali antes. "Ele nunca incomodou ninguém", disse um senhor que preferiu não se identificar. "Só queria um cantinho pra dormir e às vezes um prato de comida."
Enquanto as autoridades não divulgam mais informações, uma pergunta fica no ar: quantos mais vão morrer assim antes que a gente realmente faça alguma coisa?