
Imagina a cena: uma criança de sete anos, com aquela vontade incontrolável que toda gente conhece, pede licença pra ir ao banheiro. A resposta? Um seco "não". E o resultado... bem, o resultado foi tão previsível quanto triste.
A mãe, que prefere não se identificar, contou que o menino chegou em casa com as roupas molhadas e um misto de vergonha e medo estampado no rosto. "Ele nem queria contar, ficou encolhido no canto", desabafa a mulher, ainda visivelmente abalada pelo ocorrido.
O que diz a escola?
Procurada, a Diretoria de Ensino de Ribeirão Preto confirmou que abriu uma apuração sobre o caso. Em nota, afirmaram que "orientações foram repassadas às unidades escolares sobre o atendimento às necessidades fisiológicas dos alunos". Mas, cá entre nós, será que precisa de orientação pra saber que criança não pode segurar xixi?
O caso aconteceu numa escola municipal da zona leste da cidade, num daqueles dias comuns que poderiam ter terminado de forma comum - se não fosse a decisão, no mínimo, questionável da educadora.
Direito básico ou regra arbitrária?
Especialistas em educação que comentaram o caso (sem querer entrar em nomes) são unânimes: negar acesso ao banheiro pode configurar até mesmo violência psicológica. "A criança pequena ainda está desenvolvendo o controle esfincteriano", explica uma pedagoga. "Exigir que ela segure além do limite é simplesmente cruel."
E não é só isso: tem toda uma questão de saúde envolvida. Infecções urinárias, constipação... a lista de problemas que podem surgir quando se segura a vontade é maior do que se imagina.
E agora, o que muda?
A mãe espera que, no mínimo, a situação sirva de exemplo para que outros estudantes não passem pelo mesmo constrangimento. "Não quero punição, quero conscientização", diz ela, mostrando uma maturidade que, ironicamente, faltou à professora.
Enquanto a apuração corre, resta torcer para que o menino supere o trauma - e que as escolas lembrem que educação também significa respeitar as necessidades mais básicas dos pequenos. Afinal, como diz o ditado, "o papel aceita tudo", mas as calças molhadas... essas contam uma história bem diferente.