
Franco da Rocha virou palco de um daqueles casos que dão nó na garganta. Uma clínica de repouso, que deveria ser refúgio seguro para idosos, transformou-se em cenário de negligência — e olha que isso é falar bonito. A coisa era feia, feia mesmo.
Numa ação que misturou revolta e urgência, a polícia fechou o estabelecimento depois de receber denúncias anônimas. Quando os agentes chegaram, encontraram 27 idosos em condições que beiram o inacreditável no século XXI. "Parecia cena de filme de terror", confessou um dos socorristas, ainda abalado.
O que as câmeras não mostravam
Detalhes que envergonham:
- Remédios vencidos há meses na farmácia improvisada
- Colchões imundos — quando existiam
- Idosos com marcas de restrição física (sim, daquelas que deixam hematomas)
E o pior? A diretora, uma senhora de aparência inofensiva, tentou justificar dizendo que "faltava verba". Como se verba explicasse feridas não tratadas ou fraldas não trocadas por dias.
Reação em cadeia
O caso explodiu nas redes quando uma faxineira demitida resolveu contar o que via diariamente. "Chorava no ônibus voltando pra casa", desabafou. A partir daí, foi efeito dominó:
- Ministério Público acionado às pressas
- Varas Criminal e do Idoso trabalhando em conjunto
- Familiares, muitos sem visitar há tempos, aparecendo em peso
Curiosamente — ou não —, a clínica tinha alvará em dia. Algo que deixou autoridades com cara de quem cheira leite estragado.
E agora?
Os idosos foram transferidos para outras instituições, mas o estrago psicológico? Esse vai durar. Enquanto isso, o lugar ganhou um cadeado novo e uma placa de "interditado" que parece gritar "falhamos".
Restam perguntas: Quantas outras clínicas operam assim? E nós, sociedade, que acompanhamos chocados mas logo esquecemos — quando vamos acordar?