
O asfalto quente de Santa Cruz testemunhou uma daquelas cenas que deixam a gente sem ar — literalmente. Uma senhora de 73 anos, dona de uma história de vida que a gente nem imagina, cruzava a Rua São Luis Gonzaga por volta das 14h desta quarta-feira (17). O normal. O cotidiano. Tudo mudou em um piscar de olhos.
Eis que surge um motociclista. Veloz. E, pelo que tudo indica, completamente alheio ao mundo ao seu redor. O choque foi inevitável. A moto atingiu a idosa com uma força brutal, derrubando-a no chão com um impacto que ecoou na consciência de quem viu.
E aqui vem a parte que, francamente, é de cortar o coração. Em vez de parar — um gesto mínimo de humanidade, não? —, o condutor simplesmente… acelerou. Olhou para trás por uma fração de segundo e decidiu que a fuga era a melhor opção. Deixou uma pessoa vulnerável, machucada e assustada, sozinha no asfalto.
Sortuda ela, diga-se, de não estar completamente desamparada. Testemunhas que presenciaram a cena surreal não pensaram duas vezes. Correram para prestar os primeiros cuidados, tentando acalmar a vítima enquanto o socorro profissional não chegava. O Samu foi acionado e a levou para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo. Os médicos lá atendem, avaliam, mas o susto — esse fica.
Agora, o que se pergunta é: o que passa na cabeça de alguém capaz de uma coisa dessas? Medo de represálias? Pânico de assumir a responsabilidade? Ou simplesmente uma frieza que beira o inacreditável?
Busca por Justiça (e por um Rosto)
A Polícia Civil já entrou em cena, é claro. Eles têm uma pista crucial: as imagens de câmeras de segurança que capturaram toda a sequência trágica. A esperança é que o vídeo — detalhe importante, em alta qualidade — consiga identificar não só a moto, mas o rosto de quem a pilotava.
O delegado responsável pelo caso já adiantou: as investigações correm a todo vapor para localizar e prender o condutor. Ele responderá, no mínimo, por lesão corporal culposa no trânsito e… sim, por aquele gosto amargo do artigo 304 do CTB: deixar o local do acidente sem prestar socorro. Crime duplo.
Enquanto isso, a família da idosa aguarda. Torce por uma recuperação física completa, mas também por um pouco de fé na justiça — aquela que parece ter faltado no momento exato em que mais se precisava.