Fiscalização de Rotina em Limeira Revela Toneladas de Alimentos Estragando sem Refrigeração
Alimentos sem refrigeração apreendidos em Limeira

Era para ser mais uma fiscalização de rotina, daquelas que passam despercebidas. Um caminhoneiro sem cinto de segurança em Limeira — coisa banal, você poderia pensar. Mas o que os guardas municipais encontraram quando pararam o veículo na manhã de sábado foi qualquer coisa menos rotineira.

Dentro da carroceria, uma cena que daria arrepios em qualquer inspetor sanitário: toneladas — sim, toneladas — de alimentos sendo transportados completamente sem refrigeração. Carne de frango, linguiças, queijos... tudo simplesmente jogado lá, sujeito às temperaturas ambientes que, convenhamos, não são nada amigáveis para produtos perecíveis.

O que estava em jogo

A lista do que foi apreendido é suficiente para fazer você pensar duas vezes antes de sua próxima refeição:

  • 1.200 kg de carne de frango
  • 500 kg de linguiça
  • 300 kg de queijo mussarela
  • Diversos outros laticínios

Imagino o cheiro que devia estar lá dentro, não é? Num país tropical como o nosso, esses produtos começam a deteriorar em questão de horas. E estamos falando de alimentos que deveriam estar sob refrigeração constante, rigorosamente controlada.

O motorista e suas explicações

O condutor, um homem de 37 anos, tentou justificar o injustificável. Disse que estava transportando os produtos de Americana para uma empresa em Limeira. Uma distância curta, talvez, mas mais que suficiente para colocar em risco a saúde de quem consumisse aqueles alimentos.

O mais preocupante? Ele não apresentou nenhum — repito, nenhum — documento que comprovasse a origem dos produtos ou suas condições sanitárias. Nada. Zero. Como se fosse normal transportar comida desse jeito, como se fosse carga qualquer.

As consequências

Aqui é que a coisa fica séria mesmo. Além da multa por não usar o cinto — que foi o que iniciou toda essa operação —, o motorista recebeu outras duas por transporte irregular de carga e por não portar documento fiscal. Três multas numa tacada só.

Mas o verdadeiro problema vai além das infrações de trânsito. Os alimentos, obviamente, foram considerados impróprios para consumo. Totalmente. Foram levados para o pátio do Departamento de Operações de Trânsito, onde aguardam destinação adequada — provavelmente o aterro sanitário, já que ninguém em sã consciência comeria aquilo.

O caso foi encaminhado para a Vigilância Sanitária, que deve abrir um inquérito para investigar a empresa responsável pelo transporte. E olha, isso pode dar uma dor de cabeça danada para eles, com possibilidade de multas bem mais pesadas que as de trânsito.

Reflexão necessária

É curioso pensar como uma infração aparentemente pequena — esquecer o cinto — pode revelar problemas muito maiores. Quantas vezes esse mesmo motorista transportou produtos assim? Quantos outros estão fazendo o mesmo por aí, sem serem pegos?

A ação da Guarda Civil Municipal, iniciada quase por acaso, evitou que toneladas de alimentos em condições duvidosas chegassem aos mercados e, consequentemente, às mesas das famílias. Uma pequena vitória para a segurança alimentar, mas que levanta questões preocupantes sobre como nossa comida está sendo transportada.

No final das contas, aquele cinto de segurança não usado pode ter evitado muito mais do que um acidente — impediu que pessoas inocentes consumissem produtos que poderiam causar sérios problemas de saúde. Ironia do destino, não?