
Numa decisão que ecoou como um tiro de canhão nos estádios mineiros, a Justiça de Minas Gerais não deixou dúvidas: 49 anos atrás das grades. Esse foi o veredito para o líder da torcida organizada do Atlético Mineiro envolvido no assassinato brutal de um torcedor do Cruzeiro - um crime que deixou cicatrizes profundas no futebol mineiro.
O caso, que completa dois anos, ainda cheira a pólvora na memória dos belo-horizontinos. Tudo começou numa discussão que escalou rápido demais - daquelas que começam com xingamentos e terminam com a polícia fazendo perícia. Só que dessa vez, terminou com uma vida perdida e famílias destruídas.
Os detalhes que arrepiaram até os mais endurecidos
Segundo as provas apresentadas no tribunal, o acusado - que nem vou citar o nome pra não dar ibope - não agiu sozinho. Tinha uma turma pra fazer coro, como se fosse um coral do mal. A vítima, um cruzeirense de 32 anos, foi cercada como animal acuado depois de uma discussão sobre - pasmem - um jogo que já tinha acabado há três horas.
Os delegados que trabalharam no caso contam que o nível de crueldade foi tão absurdo que até os investigadores mais experientes ficaram com aquele nó na garganta. E olha que esses caras já viram de tudo nessa vida.
- Agressão inicial com pedaços de madeira
- Facadas múltiplas no abdômen
- Tentativa de ocultação do corpo
Não é à toa que o juiz, ao ler a sentença, parecia estar segurando a raiva com unhas e dentes. Na hora de fundamentar a decisão, ele foi claro: "Isso aqui não é torcida organizada, é milícia disfarçada de paixão clubística".
O que muda depois dessa sentença?
Os especialistas em direito penal que acompanharam o caso - e que eu conversei enquanto tomava um café amargo na lanchonete do fórum - acreditam que essa condenação pode virar um marco. Não só pela pena pesada, mas pelo recado que manda:
- Justiça não vai mais engolir a desculpa esfarrapada de "briga de torcida"
- Líderes de organizadas agora sabem que podem responder como mandantes
- Clubes podem ser pressionados a cortar relações com essas "torcidas"
E tem mais: segundo um promotor que prefere não se identificar (óbvio, né?), já tem outros processos engatilhados contra membros da mesma torcida. Parece que o Ministério Público resolveu limpar a casa de vez.
Enquanto isso, nas redes sociais, a divisão foi clara. De um lado, os que acham a pena pequena diante do crime. Do outro, os que - pasmem ainda - defendem o acusado. Como se paixão por time justificasse barbaridade. O futebol brasileiro, esse velho conhecido nosso, continua sendo espelho das piores mazelas da sociedade.
Agora é esperar pra ver se essa sentença histórica vai mesmo botar ordem na bagunça ou se vai ser só mais um caso esquecido na pilha interminável da violência urbana. Torço - sem trocadilho - pela primeira opção.