Ex-delegado-geral de São Paulo é executado a tiros: o que se sabe sobre o crime que choca o país
Ex-delegado-geral de SP é executado a tiros em São Paulo

O silêncio da noite de segunda-feira em São Paulo foi quebrado por disparos. E não foram tiros quaisquer. As balas que ceifaram a vida de Luis Carlos de Oliveira Junior, 58 anos, carregavam um peso simbólico pesadíssimo. Ele não era um cidadão comum — era o ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo. Sim, o cargo mais alto da investigação no estado.

O cenário foi tão banal quanto aterrorizante: seu carro, um Honda HR-V, parado num semáforo na Zona Leste da capital. Dois homens se aproximaram de moto. O de trás desceu. Apontou. E efetuou vários disparos contra o vidro do motorista. A precisão foi brutal. Eficiente. E mortal.

Uma carreira enterrada pela violência

Luis Carlos não era um novato. Pelo contrário. Com quase quatro décadas de corporação, ele havia comandado a polícia civil — toda ela — entre 2021 e 2022, durante o governo de João Doria. Um homem que conhecia como poucos os meandros, as glorias e, sobretudo, as perigosas entranhas do mundo policial e criminal.

E talvez justamente por isso a pergunta que não quer calar: o que — ou quem — levou à execução sumária de um homem com tanto conhecimento? A motivação, obviamente, é a grande dúvida que paira sobre as investigações. A Polícia Civil, agora chefiada por outro, prometeu esgotar todas as linhas de investigação. Será que seu passado no comando o colocou na mira de alguém?

As reações de choque e a busca por respostas

A notícia correu que nem rastilho de pólvora nos corredores do poder. O atual governador, Tarcísio de Freitas, usou das redes sociais para classificar o fato como "um ataque covarde". Ele pediu celeridade — e eficiência — nas investigações. Algo que, convenhamos, é o mínimo que se espera.

Nery Ferreira, o delegado-geral atual, não poupou adjetivos: "ato de extrema covardia". E garantiu que seus homens estão na ativa, perseguindo pistas. Mas o que essas pistas vão revelar? Uma vingança pessoal? Um acerto de contas do crime organizado? Ou algo ainda mais obscuro?

O fato é que a morte de Luis Carlos não é só mais um número. É um símbolo. Um alerta. Se um ex-chefe máximo da polícia não está seguro, quem está? A pergunta ecoa, assustadora, nas ruas e nas casas de São Paulo.

Agora, resta esperar. E torcer para que as investigações, diferentemente de tantas outras, não esfriem e nem caiam no esquecimento. A sociedade precisa de respostas. E a família de Luis Carlos, de justiça.