
Eis que a vida imita os roteiros de novela das nove: uma delegada mineira, cujo marido está atrás das grades por um crime que deixou a cidade em polvorosa, agora é alvo de um inquérito policial. A Polícia Civil de Minas Gerais resolveu tirar a limpo se houve algum tipo de favorecimento — ou, como dizem por aí, se a mão que deveria aplicar a lei não estaria tentando abrir a gaiola.
O caso é daqueles que dão pano pra manga. O empresário, preso desde maio, é acusado de matar um gari a pauladas em Contagem, na Grande BH. Detalhe macabro: a vítima teria sido atacada por questionar o despejo irregular de lixo. Enquanto isso, a esposa do acusado — que também veste a farda — segue trabalhando na mesma corporação que prendeu seu parceiro.
O que dizem os investigadores
Segundo fontes próximas ao caso, o inquérito quer descobrir se a delegada:
- Teve acesso privilegiado a informações sigilosas do processo
- Influenciou colegas de trabalho de alguma forma
- Cometeu qualquer irregularidade administrativa
"Não se trata de criminalizar ninguém antes da hora", ressalta um delegado que pediu anonimato. "Mas quando o marido é réu e a mulher é autoridade policial, é nosso dever verificar se os pingos nos 'is' estão onde deveriam estar."
Repercussão e próximos passos
Nas redes sociais, o caso virou um verdadeiro vespeiro. De um lado, os que defendem a profissionalismo da delegada. De outro, quem questiona como seria o tratamento se fosse um cidadão comum no lugar do empresário.
Enquanto a investigação corre em sigilo — como manda o figurino —, uma coisa é certa: a aposentadoria do delegado-geral da Polícia Civil, marcada para setembro, promete deixar esse caso como herança maldita para o sucessor.